Antes de tudo: não, não abriram essa lata de peixe na intenção de comer o alimento. É bem óbvio que uma lata de salmão produzida lá na década de 1970 não estaria mais apropriada para consumo em 2025. Uma equipe da Universidade de Washington decidiu abrir latas como essa por outro motivo: estudar os parasitas.
“O peixe enlatado oferece uma janela para o passado, fornecendo informações que de outra forma seriam perdidas, incluindo informações sobre mudanças ao longo do tempo na carga parasitária de espécies de peixes comercialmente, culturalmente e ecologicamente importantes”, explica os pesquisadores, de acordo com o Minha Vida.
Os cientistas analisaram dezenas de latas de peixe – mais especificamente, espécies de salmão – entre 1979 e 2019 no Alasca. Em duas das espécies analisadas, o salmão-chum (Oncorhynchus keta) e o salmão-rosa (Oncorhynchus gorbuscha), os pesquisadores observaram um aumento significativo na carga de parasitas, os nematoides anisaquídeos.
Graças a essas latas antigas, o estudo conseguiu apontar que o número de parasitas em algumas espécies de salmão do Alasca aumentaram nas últimas décadas. Como explica o Minha Vida, os cientistas ainda não têm uma explicação precisa para esse fenômeno, mas duas hipóteses são as mudanças climáticas e o aumento de mamíferos marinhos na região.
Qual o tempo de validade de peixes enlatados?
Obviamente, essa informação varia muito dependendo do tipo de peixe, do processo de conservação e das condições de armazenamento dessas latas. Alguns peixes são naturalmente propensos a terem um período maior de validade. A sardinha em conserva, por exemplo, pode durar entre quatro e cinco anos.