O longa “Perdido na Montanha”, que acaba de entrar para o Top 10 da Netflix no Brasil, está conquistando o público por sua trama de resistência e superação. O que muitos não sabem é que o filme é inspirado em uma história real de 1939, que comoveu os Estados Unidos e até hoje é lembrada como uma das maiores sagas de sobrevivência juvenil da história.
Em julho de 1939, o jovem Donn Charles Fendler, de apenas 12 anos, se perdeu no Monte Katahdin, no estado do Maine (EUA), durante uma trilha com a família. Uma tempestade repentina separou o garoto do grupo, obrigando-o a enfrentar a natureza selvagem completamente sozinho.

Foram nove dias de sobrevivência extrema:
- Donn percorreu 80 km a pé, alimentando-se de frutas silvestres e água de riachos;
- Enfrentou frio, fome, sede e animais selvagens;
- Perdeu 7 quilos e foi encontrado desnutrido e ferido, mas vivo.
A busca mobilizou mais de 100 voluntários, entre bombeiros, policiais e equipes aéreas, e ganhou ampla cobertura de rádio e jornais, tornando-se um caso nacional.
De livro a fenômeno cultural
Após o resgate, Donn escreveu (com ajuda do jornalista Joseph B. Egan) o livro “Lost on a Mountain in Maine”, que virou leitura obrigatória em escolas dos EUA e até hoje é considerado um símbolo de coragem e perseverança.
Foi essa obra que inspirou a produção de “Perdido na Montanha”, dirigida por Andrew Boodhoo Kightlinger e com produção executiva de Sylvester Stallone.
Ficção e realidade: o que mudou no filme?
Embora siga fiel aos eventos históricos, o longa faz algumas adaptações para intensificar a narrativa cinematográfica:
- A personalidade de Donn é retratada com momentos de introspecção e silêncio, aumentando o impacto emocional;
- Eventos reais foram condensados para dar ritmo ao filme;
- A produção intercala cenas dramatizadas com entrevistas autênticas de familiares, equipes de busca e até do próprio Donn (falecido em 2016).
O elenco conta com Luke David Blumm, Paul Sparks e Caitlin Fitzgerald, e a trama também explora a complexa relação entre pai e filho, pano de fundo que dá mais profundidade à experiência de sobrevivência.