Nos últimos tempos, o ChatGPT tem entrado cada vez mais no nosso cotidiano, ajudando a criar roteiros, escrevendo e corrigindo trabalhos, entre mil e uma outras funções. E você provavelmente já entrou em alguma discussão do tipo nos últimos tempos: o ChatGPT está deixando a gente mais burro?
De certa forma, a resposta é sim. Aaron French, professor assistente de Sistemas de Informação na Universidade estadual de Kennesaw, nos EUA, escreveu um artigo sobre o tema para o site The Conversation. O texto foi traduzido e republicado pela BBC Brasil.
French argumenta que, quanto mais as pessoas se apoiam na IA para realizar tarefas e pensar por elas, podem acabar enfraquecendo sua própria capacidade de pensar criticamente, de analisar informações e de resolver problemas complexos. Você provavelmente conhece alguém que não conseguem escrever nem mais um e-mail sem ter que recorrer ao ChatGPT.
Outro problema é que muitas pessoas confiam plenamente no Chat e em outras ferramentas de inteligência artificial, sem saber (ou ignorando) que suas respostas podem ter um viés político ou ideológico e que, assim como toda fonte de conhecimento, precisam ser analisadas de forma crítica. “Quando usado de forma acrítica, o ChatGPT pode levar à acomodação intelectual”, escreveu Aaron French.
O mal não é o ChatGPT, mas como ele é usado
Na opinião de French, a ferramenta de IA usada como uma ajuda complementar pode ser um recurso interessante para estimular a curiosidade e provocar discussões intelectuais. Novamente, o mais importante é nunca deixar de lado o senso crítica no forma como você usa a ferramenta.
De acordo com o professor é precisa ser usada para potencializar a inteligência humana, não para substitui-la. “Isso significa usar o ChatGPT como apoio a uma pesquisa, não um atalho. Significa usar as respostas das ferramentas de IA como o ponto de partida de um pensamento, não o fim”, argumenta.