Entre 2020 e 2021, o mundo foi varrido pela pandemia da Covid-19, que bagunçou vários aspectos das nossas vidas, não apenas a saúde, mas a economia, trabalho e até mesmo as obras que consumimos na TV e nos cinemas. E essa transformação intensa do cotidiano fez o cérebro de todo mundo envelhecer mais do que o normal. Publicado na revista Nature Communications, um estudo de pesquisadores da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, descobriu que a pandemia acelerou o envelhecimento do cérebro da maioria da população, até mesmo de quem não teve a doença.
Os pesquisadores analisaram exames de imagem de quase mil adultos do Reino Unido que passaram pelo período da pandemia. Comparando com exames feitos antes desse período, eles concluíram que o cérebro de quem passou pelo período pandêmico envelheceu 5,5 meses a mais. Outra descoberta é que envelhecimento não afetou todas as pessoas da mesma forma. Segundo a Superinteressante, o estudo aponta que esses efeitos foram mais intensos entre pessoas mais velhas, homens e pessoas em situação socioeconômica desfavorecida.
Mas calma: de acordo com os pesquisadores, esse envelhecimento não significa necessariamente prejuízos cognitivos. Apenas pacientes que foram infectados pelo vírus apresentaram essas sequelas.
Por que a pandemia fez o nosso cérebro envelhecer mais rápido?
Os autores ainda não compreendem 100% o mecanismo por trás dessas mudanças, mas eles teorizam que um conjunto de fatores associados à pandemia, como estresse, sedentarismo, insegurança econômica, entre outros, afetaram a saúde do cérebro. “A saúde do cérebro é moldada não apenas por doenças, mas também pelo ambiente em que vivemos”, afirmou autor principal da pesquisa, Ali-Reza Mohammadi-Nejad, em entrevista para a Scientific American.