Recentemente, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), anunciou um acordo para produzir o seu “Ozempic brasileiro”. Mais especificamente, a fundação vai poder produzir versões próprias da liraglutida, princípio ativo do Olire, e da semaglutida, princípio do Ozempic e do Wegovy.
A patente da liraglutida já chegou ao fim e pertencia à farmacêutica nacional EMS. Já a patente da semaglutida, desenvolvida pela empresa dinamarquesa Novo Nordisk, ainda vai até 2026.
Em nota à imprensa, a diretora de Farmanguinhos, Silvia Santos, afirmou que os dois ingredientes “inauguram a estratégia da Fiocruz de se preparar também para a produção de medicamentos injetáveis, com a possibilidade de incorporação de uma nova forma farmacêutica”.
Como explica matéria do O Globo, a liraglutida e a semaglutida fazem parte de uma classe de medicamentos chamada de análogos de GLP-1. As duas funcionam de forma semelhante, simulando o hormônio GLP-1 no corpo, reduzindo a velocidade de ingestão e ativando uma sensação de saciedade.
Remédios como o Ozempic serão ofertados pelo SUS?
A resposta não é “sim”… mas também não é “não”. No evento em que o acordo foi anunciado, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, estava presente e afirmou que, se for comprovado custo-benefício, as canetas emagrecedoras (Ozempic e suas “variantes”) podem sim ser incorporadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de obesidade e diabetes.
Em post no Instagram, Padilha ainda afirmou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai fazer uma chamado público para outras empresas com produtos do tipo poderem fazer registros de forma mais ágil. O objetivo, segundo o ministro, é acelerar a aprovação de canetas no país e “termos mais concorrência e produção nacional no país”.