O inverno de 2025 consolidou diferentes tendências no mercado de calçados, combinando apelo estético e funcionalidade. Entre botas de impacto, texturas aveludadas e estampas ousadas, consumidores buscaram peças versáteis que se adaptassem tanto às baixas temperaturas quanto às mudanças no cenário da moda.
Paralelamente, a indústria calçadista brasileira vive um momento de atenção internacional, impulsionado por mudanças no comércio global e por oportunidades abertas no mercado norte-americano.
1. Coturnos alongados
Os coturnos ganharam versões de cano alto, chegando próximo ao joelho e criando impacto imediato nos looks. A combinação com minissaias e meias-calças ajudou a equilibrar estilo e proteção térmica, tornando o modelo uma aposta certeira para o inverno.
2. Botas de camurça
Saindo da sombra do couro, a camurça foi destaque nas vitrines. Sua textura aveludada trouxe sofisticação e combinou especialmente com composições em tons terrosos, que estiveram em alta nesta temporada.
3. Mocassins
Práticos e elegantes, os mocassins foram um dos calçados mais versáteis da estação. Combinados a jeans, camisetas e jaquetas, oferecem conforto, proteção contra o frio e um toque instantâneo de sofisticação.
4. Estampas animais
Zebra, oncinha e outras estampas animais invadiram o segmento de calçados, adicionando personalidade a produções neutras. A tendência apareceu tanto em modelos casuais quanto em peças mais sofisticadas.
5. Clogs
Com fama de práticos, os clogs garantiram pés aquecidos no inverno, especialmente quando usados com meias. O formato fácil de calçar e descalçar tornou o modelo popular entre consumidores que valorizam agilidade na rotina.
Indústria calçadista em movimento
Além das tendências de consumo, 2025 foi marcado por transformações na indústria. O setor brasileiro se beneficiou do chamado “tarifaço” imposto pelo governo dos Estados Unidos à China, que redirecionou parte dos produtos chineses para mercados como o Brasil e incentivou empresas americanas a buscar fornecedores alternativos.
De acordo com Haroldo Ferreira, presidente executivo da Abicalçados, a medida abre espaço para fidelizar importadores norte-americanos. O CEO da Kidy, Ricardo Garcia, destaca que o nicho infantil foi um dos beneficiados, com empresas como Target e Macy’s demonstrando interesse na produção nacional.
Para Rodaika Diel, diretora executiva do Grupo Sugar Shoes, o movimento amplia um interesse que começou após a pandemia, quando grandes marcas buscaram diversificar cadeias de produção antes concentradas na Ásia. O grupo já fechou contrato para 2025 e mantém novas negociações em andamento.