Os saques da caderneta de poupança no Brasil atingiram um patamar alarmante em julho, conforme dados do Banco Central divulgados em 8 de agosto. O país registrou uma saída líquida de R$ 6,252 bilhões, após dois meses consecutivos de depósitos.
Julho se destacou por um saldo negativo de R$ 5,269 bilhões no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Simultaneamente, a poupança rural registrou saques de R$ 982,621 milhões.
Alta da Selic e seus efeitos
A taxa Selic, em 15% ao ano, impacta diretamente a atratividade da poupança. A alta dos juros torna investimentos alternativos mais vantajosos. Com a Selic acima de 8,5%, a rentabilidade da poupança é limitada a 0,5% ao mês, além da taxa referencial (TR), desincentivando depósitos.
Essa combinação desfavorece a poupança, tornando-a menos competitiva frente a outros instrumentos financeiros relativamente mais lucrativos, como os títulos públicos.
Conjuntura econômica atual
A elevação dos saques não é isolada. A crescente inflação e o alto endividamento das famílias têm aumentado a necessidade de liquidez, intensificando retiradas.
Com um saldo aplicado de R$ 983,034 bilhões, as atenções se voltam para as ações futuras do Banco Central quanto à Selic. Um possível ajuste na política monetária pode modificar o cenário da poupança, influenciando novos depósitos e saques.
Enquanto isso, as observações sobre tendências financeiras e políticas monetárias são aguardadas para os próximos meses, conforme o ano avança e os indicadores econômicos evoluem.