Na província de Jujuy, no norte da Argentina, uma paisagem parece ter saído diretamente de uma tela de Van Gogh — mas é 100% obra da natureza. A Serrania del Hornocal, conhecida como “montanha de 14 cores”, tem atraído visitantes de todo o Brasil e de diferentes partes do mundo, curiosos para ver de perto as camadas multicoloridas que se estendem a 4.760 metros de altitude.
Localizada a 25 quilômetros de Humahuaca, a formação faz parte da Quebrada de Humahuaca, área reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Seus tons, que variam do rosado ao vermelho intenso, passando por amarelos, verdes e púrpuras, são resultado de milhões de anos de processos geológicos. Minerais como ferro, cobre e enxofre, em contato com água e oxigênio, deram origem às cores, enquanto a ação de chuvas e ventos moldou os triângulos que marcam a paisagem.
O nome “Hornocal” combina as palavras espanholas horno (forno) e cal (cal), referência à antiga produção de cal na região colonial, aproveitando os recursos naturais do calcário local.

Acesso e experiência
O mirante principal é acessível por carro ou ônibus, em cerca de 45 minutos a partir do centro de Humahuaca. A entrada custa o equivalente a R$ 0,20, e cada bilhete de transporte, cerca de R$ 0,50. Por conta da altitude, recomenda-se vestir roupas quentes durante todo o ano e planejar a visita entre abril e outubro, período seco e com maior visibilidade.
Fotógrafos como o argentino Kevin Zaouali já registraram a paisagem sob diferentes ângulos, reforçando a fama do destino nas redes sociais. Apesar de muitas imagens sofrerem ajustes digitais para intensificar as cores, o cenário real continua sendo uma experiência única.
Mais que beleza natural
Além do espetáculo visual, a região guarda vestígios arqueológicos de assentamentos humanos com mais de 10 mil anos. Para quem busca aliar turismo e história, Hornocal oferece uma viagem no tempo — e um cartão-postal inesquecível.