A Azul Linhas Aéreas anunciou o fim de suas operações em 14 cidades brasileiras e a suspensão de 53 rotas consideradas de menor rentabilidade, desempenho 17% abaixo da média da empresa. As mudanças, que começaram em janeiro e foram concluídas em março, fazem parte de uma reestruturação operacional e financeira que ocorre em meio ao processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, conhecido como Chapter 11.
Deixaram de receber voos da companhia: Crateús, São Benedito, Sobral e Iguatú (CE); Campos (RJ); Correia Pinto e Jaguaruna (SC); Mossoró (RN); São Raimundo Nonato e Parnaíba (PI); Rio Verde (GO); Barreirinha (MA); Três Lagoas (MS); e Ponta Grossa (PR). Apesar disso a empresa segue operando em outros 137 destinos no Brasil.
A Azul informou que a medida tem como objetivo concentrar as operações nos aeroportos de Viracopos (Campinas), Confins (Belo Horizonte) e Recife, seus principais hubs, reduzindo rotas com conexões e priorizando mercados estratégicos.
Motivos e ajustes
Em nota, a companhia afirmou que os cortes foram definidos a partir da análise de oferta e demanda, além de fatores como o aumento nos custos operacionais — pressionados pela alta do dólar e por problemas globais na cadeia de suprimentos —, disponibilidade de frota e o atual processo de reestruturação.
A empresa destacou que clientes afetados receberam assistência conforme prevê a resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e que parte dos ajustes permitirá implantar novos voos na alta temporada.
Recuperação judicial e futuro
A Azul iniciou o Chapter 11 em maio de 2025, com a meta de concluir o processo até fevereiro de 2026. O plano prevê eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas, levantar US$ 1,6 bilhão em financiamento e atrair até US$ 950 milhões em investimentos.
Embora tenha havido conversas sobre uma possível fusão com a Gol, as negociações esfriaram. No momento, a Azul aposta na reorganização de sua malha e no fortalecimento das operações mais rentáveis para garantir sustentabilidade no pós-reestruturação.