Quase 1 milhão de famílias não receberão o Bolsa Família a partir de agosto. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), 958 mil domicílios deixaram o programa em julho após aumento de renda.
A maior parte, 536 mil famílias, atingiu o prazo máximo de 24 meses da chamada Regra de Proteção — que permite a permanência no programa recebendo 50% do benefício mesmo após superar a renda mínima de R$ 218 por pessoa. Já outros 385 mil lares ultrapassaram o limite de meio salário mínimo por pessoa (R$ 759) e foram desligados diretamente.
Retorno garantido
Quem deixa o Bolsa Família pode voltar a receber o benefício com prioridade por meio da regra do Retorno Garantido, caso retorne à situação de pobreza. Segundo o ministro Wellington Dias, muitos beneficiários saíram do programa por conseguir empregos estáveis ou expandir pequenos negócios. “Estamos falando de quase 24 milhões de brasileiros superando a pobreza desde 2023”, afirmou.
Cadastro mais eficiente
A atualização do Cadastro Único, em março, tornou o cruzamento de informações com bases como o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) mais rápido e preciso. Agora, dados de renda são atualizados automaticamente, facilitando a identificação de famílias que já não se enquadram nos critérios. Desde 2023, cerca de 8,6 milhões de famílias deixaram o programa.
Condicionalidades e combate ao preconceito
O ministro lamentou o preconceito contra beneficiários, reforçando que o programa exige contrapartidas, como manter crianças na escola, participar de cursos de qualificação e buscar autonomia financeira. “Muitos estão saindo para a classe média, que cresce com a ascensão de parte do público do Bolsa Família”, disse.
Com as mudanças, o número de famílias atendidas caiu para 19,6 milhões em julho, o menor desde o retorno do nome Bolsa Família em março de 2023, após ter atingido 21,4 milhões em setembro do mesmo ano.