Os 36 condutores terceirizados responsáveis por dirigir as ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Foz do Iguaçu (PR) não receberam o salário referente a julho. O atraso já gera clima de revolta entre os trabalhadores e ameaça paralisar o atendimento na cidade.
O serviço é prestado pela empresa A M ABS, sediada em Maceió (AL), que alegou ter tido sua conta bancária bloqueada, o que teria impedido o depósito dos vencimentos. Em nota, a prestadora afirmou que busca alternativas para quitar a folha, mas não apresentou prazo para a regularização.
Sindicato aciona Ministério Público do Trabalho
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários, Rodrigo Andrade de Souza, afirmou que a entidade vai acionar o Ministério Público do Trabalho. Ele não descartou a possibilidade de paralisação nos próximos dias, caso não haja solução imediata.
A Prefeitura de Foz do Iguaçu informou que está em dia com os repasses e que, inclusive, adiantou o pagamento para tentar liberar os salários. Segundo a administração municipal, o depósito foi realizado ontem (12) em uma conta indicada pela empresa, mas houve um “problema operacional” que inviabilizou o crédito. O município estuda alternativas para concluir a transferência ainda nesta terça-feira.
Impacto direto no atendimento de urgência
O Samu é o principal serviço de atendimento pré-hospitalar de urgência no país, acionado diariamente para casos de acidentes graves, infartos, derrames e outras emergências. Os condutores têm papel essencial para que as equipes cheguem rapidamente às vítimas.
Uma paralisação colocaria em risco o tempo de resposta das ambulâncias e, consequentemente, a vida de pacientes. Por isso, autoridades e sindicato pressionam por uma solução rápida.
Além da crise em Foz do Iguaçu, outros estados também enfrentam dificuldades. Em Minas Gerais, consórcios que atendem cerca de 800 municípios alertam para risco de greve devido a um déficit estimado em R$ 56,8 milhões em 2025, causado pela redução de repasses federais.
Se confirmadas, as paralisações podem impactar milhões de brasileiros, ampliando a pressão sobre o Ministério da Saúde e governos estaduais para garantir a continuidade do serviço.