A deputada federal Adriana Accorsi enfrentou uma experiência crítica ao contrair herpes zoster, quando quase perdeu a visão em maio deste ano. Este incidente impulsionou a urgência para que a vacina contra a herpes zoster, que atualmente custa até R$ 2 mil em redes privadas, seja integrada ao Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, declarou que essa integração é uma prioridade.
A herpes zoster, popularmente conhecida como cobreiro, é causada pelo vírus varicela-zoster, o mesmo responsável pela catapora. O vírus pode permanecer inativo no organismo e se reativar anos depois, afetando principalmente pessoas acima dos 50 anos ou com imunidade baixa.
A doença causa erupções cutâneas dolorosas e, em casos mais severos, pode resultar em complicações graves, como danos neurológicos. Em 2024, segundo dados, houve 2.600 internações associadas à herpes zoster no país, destacando a necessidade urgente de tornar a vacina acessível.
Desafios para a incorporação ao SUS
A análise de custo-efetividade é um dos principais obstáculos para a inclusão da vacina no SUS. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) está atualmente avaliando a viabilidade financeira e técnica dessa adição. O objetivo é reduzir custos hospitalares e melhorar a qualidade de vida das pessoas suscetíveis a complicações.
O Ministério da Saúde enfatiza a necessidade de campanhas de conscientização, uma vez que a vacina é ainda desconhecida por muitos e considerada inacessível devido ao seu valor elevado em estabelecimentos privados.
Benefícios comprovados da vacinação
Um estudo publicado na revista Nature em abril de 2025 indicou que a vacinação contra a herpes zoster pode reduzir o risco de demência em 20% entre as mulheres. Além dos benefícios diretos contra a doença, a vacina mostrou eficácia na diminuição de complicações como a neuralgia pós-herpética, que se associa à dor crônica.
A incorporação da vacina contra a herpes zoster ao SUS está em análise, com parecer técnico pendente e previsão de decisão em breve. A expectativa é que, com a vacina disponível no sistema público, o número de internações e complicações graves reduza consideravelmente.