Jurandir Fatori, conhecido como Jura, viveu o auge da carreira aos 22 anos como lateral-direito do São Paulo Futebol Clube, durante a era Telê Santana. Naquele período, chegou a substituir Cafu e fez parte do elenco que conquistou o título mundial em 1993. A trajetória, no entanto, não seguiu o rumo esperado para um atleta que era visto como promissor.
Com passagens por clubes como Flamengo, Bahia, Avaí e Athletico-PR, Jura se aposentou dos gramados em 2025, sem conseguir se firmar de maneira definitiva no futebol. Apesar de ter acumulado considerável patrimônio durante mais de duas décadas como jogador profissional, ele perdeu tudo, em grande parte devido ao envolvimento com a vida noturna e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
Segundo relato ao portal GE, Jura explicou que, no auge da carreira, passou a receber valores que jamais imaginou e gastava sem planejamento. À época, não tinha conhecimento sobre investimentos ou formas de preservar o patrimônio conquistado. Ele reconhece que as escolhas feitas fora de campo tiveram impacto direto na curta longevidade do sucesso profissional.
Aos 54 anos, o ex-jogador faz um exercício de revisitação da própria história, reconhecendo que a falta de disciplina e a ausência de uma estrutura familiar contribuíram para os erros cometidos. Jura destaca que o cenário no futebol da década de 1990 era permissivo em relação à conduta extracampo, o que facilitava o acesso a festas, bebidas e excessos.
O ex-atleta admite que, se tivesse constituído família mais cedo, talvez sua carreira tivesse tomado outro rumo.
Ausência de formação educacional
Entre os fatores que dificultaram sua trajetória, ele cita a ausência de formação educacional, o que, em sua visão, comprometeu tanto o desenvolvimento profissional quanto a gestão financeira.
Jura chegou a ser cogitado por nomes como Parreira e Zagallo para a seleção brasileira, mas reconhece que faltou preparo para alcançar voos mais altos.
O ex-lateral evita estimar quanto perdeu financeiramente, mas confirma ter se desfeito de apartamentos, casas, chácaras e automóveis para manter o estilo de vida após deixar os gramados. A falta de organização e o desequilíbrio nos gastos o levaram a abrir mão de praticamente todo o patrimônio que havia construído.
Após a aposentadoria e sem fonte de renda, nem mesmo os salários dos clubes menores onde atuou no fim da carreira foram suficientes para garantir estabilidade. Atualmente, dedica-se ao trabalho com crianças de 4 a 15 anos, atuando como educador e referência para os jovens.
