A partir desta quinta-feira (21), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) inicia a transferência de cerca de 4 milhões de contratos antigos de crédito consignado para a plataforma Crédito do Trabalhador, sistema digital que promete ampliar a concorrência entre bancos e reduzir os juros cobrados. A mudança será feita de forma gradual até novembro, quando o modelo antigo será extinto.
Antes, o trabalhador com carteira assinada só podia contratar o consignado em bancos conveniados com sua empresa, que compartilhava dados funcionais com a instituição financeira. Agora, com a integração ao sistema eSocial, mais de 70 bancos e financeiras podem oferecer propostas diretamente ao trabalhador.
Segundo a Febraban, o volume de crédito consignado privado pode ultrapassar R$ 120 bilhões em 2025, impulsionado pela maior liberdade de escolha.
Juros menores e portabilidade
A nova modalidade de consignado para CLT tem juros médios de 3,56% ao mês, inferiores às taxas de empréstimo pessoal, que chegam a 8,1%. O trabalhador pode comprometer até 35% do salário bruto com o pagamento das parcelas, descontadas diretamente na folha.
Desde junho, já é possível portar contratos antigos para outra instituição com juros menores. Com a migração anunciada hoje, a portabilidade poderá ser feita também pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, ampliando o acesso.
Quem será beneficiado
De acordo com o MTE, 60% dos contratos já firmados pelo Crédito do Trabalhador atendem a empregados que ganham até quatro salários mínimos, público que antes tinha menos acesso a crédito com condições vantajosas.
Em caso de demissão, até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória poderão ser usados como garantia. Se o valor não for suficiente, o pagamento será interrompido e retomado quando o trabalhador for recontratado em outro emprego formal.