A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (21) a segunda fase da Operação Oasis 14, que investiga uma organização criminosa especializada em fraudes contra o sistema financeiro nacional e programas sociais. O prejuízo estimado supera os R$ 110 milhões.
Até as 8h30, 14 pessoas já haviam sido presas. No total, são 26 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão em São Paulo e em oito cidades do Rio de Janeiro, entre elas Niterói, São Gonçalo e Rio de Janeiro.
De acordo com a PF, a investigação, iniciada em maio deste ano, descobriu a participação de seis servidores da Caixa Econômica Federal e quatro de bancos privados. O grupo usava mais de 330 empresas de fachada para aplicar golpes com abertura de contas, concessão de empréstimos fraudulentos e simulação de movimentações financeiras.
A fraude também envolvia imóveis reais como fachada para negócios fictícios. Documentos falsos e pessoas de baixa renda eram usadas como “laranjas”, enquanto “sócios fantasmas” apareciam em registros oficiais.
Prejuízo bilionário no radar da PF
O cruzamento de dados feito em parceria com a Caixa identificou 200 operações de crédito fraudulentas, que somam pelo menos R$ 33 milhões de prejuízo direto ao banco público. O valor global do esquema, no entanto, chega a R$ 110 milhões, segundo a corporação.
Durante as buscas, um dos investigados foi preso em flagrante em São Pedro da Aldeia (RJ) após policiais encontrarem um revólver com seis munições em sua casa.
Caixa e Polícia Federal unem forças
Em nota, a Caixa informou que atua em cooperação com a Polícia Federal e órgãos de controle. O banco afirmou que indícios de ilícitos são repassados às autoridades competentes e que informações sobre os casos são tratadas de forma sigilosa.
As investigações também contam com apoio da Corregedoria e da Centralizadora Nacional de Segurança e Prevenção à Fraude da Caixa.
Outras operações recentes
A operação desta quinta não é a única envolvendo desvios ligados à Caixa. Na última semana, a PF deflagrou a Operação Recupera, que mirou fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Servidores e ex-servidores do banco foram acusados de inserir dados falsos e liberar pagamentos a beneficiários inexistentes. O prejuízo foi estimado em R$ 3 milhões.
Além disso, em João Pessoa (PB), a Operação Scheme II, realizada na terça-feira (19), apura golpes bancários cometidos por meio de dispositivos eletrônicos.




