Um incêndio de grandes proporções atingiu, na noite de 14 de fevereiro de 2014, as instalações da fábrica de tecidos Sergitex, no município de Estância (SE). O fogo, que teria sido provocado por um curto-circuito, começou por volta das 20h e se espalhou rapidamente por um galpão onde estavam armazenados fardos de algodão e equipamentos industriais.
Apesar de alguns funcionários estarem no local, que deveria ser inaugurado em cerca de 60 dias, não houve feridos. As chamas, no entanto, consumiram maquinários e comprometeram a estrutura metálica do prédio, provocando desabamentos de paredes e tetos.
A primeira guarnição a atuar foi a de Estância, mas, diante da gravidade do incêndio, foi necessário reforço do Corpo de Bombeiros de Aracaju. O trabalho de contenção se estendeu pela madrugada e deixou apreensivos os moradores do Povoado Balduíno, nas proximidades da fábrica. Somente após a conclusão do laudo técnico, divulgado posteriormente, seria possível confirmar oficialmente as causas do incêndio.
Expectativas frustradas
A destruição do galpão representou um duro golpe para os planos industriais da região. A Sergitex, pertencente ao grupo paulista Rovach, havia chegado a Sergipe em 2010 com a promessa de movimentar a economia local. O terreno adquirido pela Companhia de Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais de Sergipe (Codise) contava com 500 mil metros quadrados, dos quais 400 mil seriam destinados à empresa.
O projeto previa a instalação de um complexo têxtil voltado à produção de jeans, com fiação, tecelagem, tinturaria, lavanderia e confecção. À época, estimava-se um impacto de mais de R$ 60 milhões na economia sergipana, além da geração de centenas de empregos diretos e indiretos.
Estância e a força industrial
Mesmo com o revés, Estância continuou se consolidando como um polo estratégico. Localizada às margens da BR-101, com acesso facilitado a portos de Sergipe, Bahia e Pernambuco, a cidade chegou a responder, em 2020, por 45% do PIB das exportações sergipanas.
Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Carlos Blinoffi, as Parcerias Público-Privadas (PPPs) têm sido fundamentais para impulsionar o setor industrial diante das crises econômicas enfrentadas no país.