O governo federal confirmou que pretende reformular o Auxílio Gás a partir de 2026, garantindo um aumento de 39% nos recursos destinados ao programa. Para viabilizar a mudança, será incluída uma reserva de R$ 5 bilhões no Orçamento, e a expectativa é que uma Medida Provisória (MP) com os detalhes seja enviada ao Congresso em setembro. A medida vem sendo comemorada por milhões de brasileiros, especialmente diante do peso do gás de cozinha no orçamento das famílias de baixa renda.
O novo benefício, que poderá ser chamado de “Gás para Todos” ou “Gás do Povo”, substituirá completamente o atual modelo. A principal mudança é que, em vez de receber um valor em dinheiro, as famílias terão direito à retirada gratuita de um botijão de 13 kg em pontos de revenda autorizados.
O governo vai estabelecer um Preço de Referência por estado. Se o botijão custar menos que o teto, a diferença será revertida como crédito extra para o beneficiário. Cada família terá direito a apenas um botijão por vez, evitando que o recurso seja usado para outros fins.
Criado em 2021, o programa vigente — chamado Auxílio Gás dos Brasileiros — atende cerca de 5,13 milhões de famílias, com pagamentos bimestrais. O valor de agosto foi de R$ 108, equivalente ao preço médio nacional do botijão de 13 kg. Os repasses seguem o calendário do Bolsa Família.
Mais famílias atendidas
A reformulação também prevê uma ampliação expressiva no alcance do benefício: de 5,6 milhões para 17 milhões de famílias, contemplando cerca de 50 milhões de pessoas. Todas as famílias que já recebem o auxílio atual continuarão incluídas automaticamente no novo modelo.
De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o objetivo é garantir que nenhuma família vulnerável fique sem acesso ao gás de cozinha, insumo essencial para a alimentação.
Contexto político e social
A mudança ocorre em um momento de queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de críticas relacionadas aos cortes no Bolsa Família. Segundo aliados do Planalto, a ampliação do Auxílio Gás e o reforço em programas de reforma agrária e agricultura familiar fazem parte de uma estratégia para recuperar a imagem do governo junto à população de baixa renda.
O remanejamento de verbas prevê ainda R$ 400 milhões para aquisição de alimentos da agricultura familiar, R$ 350 milhões para ações de reforma agrária e R$ 300 milhões para a Conab investir em estoques de alimentos.