A guerra do delivery no Brasil está prestes a ganhar um novo capítulo. A Meituan, maior empresa de entrega de refeições do mundo e dona de cerca de 70% do mercado chinês, prepara sua chegada ao País até o fim de 2025. O alvo é claro: disputar espaço com o iFood, que hoje domina 80% do setor.
Para atrair clientes e parceiros, a Meituan promete investir R$ 5,6 bilhões em sua operação brasileira. O plano inclui subsídios aos consumidores, acordos logísticos com empresas locais e o uso de drones para realizar entregas em áreas urbanas. A aposta é que a tecnologia reduza os custos de frete e as taxas de intermediação, fatores frequentemente criticados por restaurantes que atuam em plataformas digitais.
Disputa judicial com rivais
A entrada da Meituan no Brasil acontece em um ambiente de concorrência acirrada. Além do iFood, a 99Food, controlada pela chinesa Didi Chuxing, também atua no segmento. Nos últimos meses, a disputa entre as duas empresas já chegou aos tribunais brasileiros.
A Meituan acusa a 99Food de impor contratos de exclusividade a restaurantes, com cláusulas que proibiriam parcerias com sua plataforma internacional Keeta. Em documentos apresentados ao Cade e à Justiça paulista, a companhia afirma que a concorrente ofereceu cerca de R$ 900 milhões em pagamentos antecipados a mais de 100 redes no País em troca de exclusividade.
A Justiça já determinou que a 99Food interrompa o uso de anúncios no Google Ads que, segundo a Meituan, desviavam buscas por sua marca. A 99, por sua vez, reagiu com uma ação em que acusa a rival de copiar elementos gráficos de sua identidade visual.
Desafios em casa e fora dela
Enquanto busca expansão global, a Meituan enfrenta turbulências em seu próprio mercado. No segundo trimestre de 2025, a empresa registrou queda de quase 97% no lucro líquido, reflexo de uma intensa guerra de preços contra rivais locais como Alibaba e JD.com. As ações acumulam queda de 23,7% no ano em Hong Kong.
Apesar disso, a companhia mantém a estratégia de acelerar a internacionalização. Após desembarcar no Catar, agora volta suas atenções ao Brasil, mercado em forte crescimento.




