Depois de semanas de debates e polêmicas, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro decidiu manter o veto do prefeito Eduardo Paes (PSD) ao projeto de lei que instituía o Dia da Cegonha Reborn, data que seria comemorada em 4 de setembro em homenagem às artesãs que produzem os chamados bebês reborn — bonecas hiper-realistas usadas em coleções e até em terapias.
Na sessão desta terça-feira (5), 21 vereadores votaram para derrubar o veto e outros 14 pela manutenção. Para que a proposta fosse promulgada, seriam necessários ao menos 26 votos favoráveis. O projeto, de autoria do vereador Vitor Hugo (MDB), havia sido aprovado em plenário no semestre passado, mas recebeu veto integral de Paes em 4 de junho.
Em publicação nas redes sociais, o prefeito ironizou a proposta: “Com todo respeito aos interessados, mas não dá…”, escreveu ao divulgar a imagem do documento.
Autor defendeu impacto positivo das bonecas
O vereador Vitor Hugo justificou a criação da data como forma de valorização das artesãs e de reconhecimento ao papel dos reborns em tratamentos terapêuticos.
“É uma homenagem emocionante a mulheres incríveis da nossa cidade. São artesãs que criam bonecas realistas usadas em terapias. Muitas delas passaram por momentos difíceis, como depressão, luto, dores profundas, e encontraram nesse trabalho uma forma de cura e amor”, afirmou.
Polêmica ultrapassa o Rio
O debate sobre os reborns tem extrapolado os limites da Câmara carioca. Em Minas Gerais, o deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL) apresentou projeto para proibir o atendimento às bonecas em unidades de saúde, após o caso de uma mulher que levou um reborn a um posto médico.
No Congresso Nacional, o deputado Zacharias Calil (União-GO) propôs multa de até R$ 30 mil para quem usar bonecas reborn a fim de obter benefícios indevidos, como prioridade em filas ou assentos no transporte público.
Já na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o deputado Rodrigo Amorim (União) apresentou projeto sugerindo a criação de um programa de apoio à saúde mental voltado para pessoas que se identificam como mães ou pais de reborns.