Desde que Donald Trump anunciou as taxas de 50% sobre produtos brasileiros, o governo Lula vem reafirmando a possibilidade de rebater o tarifaço norte-americano a partir da Lei de Reciprocidade Econômica. Pois bem. As taxas de 50% já estão em vigor – apesar de uma lista de mais de 50 produtos isentos -, mas até agora o governo não anunciou essa resposta.
Nesta segunda-feira (1º), o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, explicou que eles ainda não descartaram a possibilidade de responder com a lei da reciprocidade, mas que preferem tentar negociar para resolver essa disputa comercial. De acordo com o Correio do Povo, Alckmin afirmou que “a lei da reciprocidade, uma belíssima lei, será aplicada no seu devido tempo, mas o que nós queremos é resolver através da negociação.”
Nesta terça (2), o presidente Lula fez declarações no mesmo tom, afirmando que o presidente estadunidense vai ter que reconhecer a necessidade de negociar essas tarifas, não apenas as impostas sobre o Brasil, mas também sobre outros países, como Índia e China. “Não tenho nenhum interesse em brigar com os EUA, tenho interesse de que essa amizade de 200 anos possa conviver democraticamente mais 200 anos”, declarou o presidente, segundo o g1.
A Lei da Reciprocidade Econômica é um mecanismo jurídico que permite que o governo brasileiro responda com tarifas, restrições e suspensões medidas de outros países que prejudiquem sua economia. “A ideia por trás da lei é simples: se um país toma uma atitude que prejudica o Brasil, o governo brasileiro passa a ter instrumentos legais para reagir de forma proporcional”, explica o site Politize!.
Governo Lula procura ajuda de órgãos internacionais contra taxas dos Estados Unidos
Uma das medidas do governo brasileiro foi acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas de 50% impostas pelo governo Trump. De acordo com o Carta Capital, o argumento do governo brasileiro é que as sobretaxas “violam normas fundamentais do comércio global”.