O músico Célio Balona, referência na cena musical de Minas Gerais e dono de uma trajetória marcada pela versatilidade instrumental, morreu na manhã desta quinta-feira (4), aos 86 anos. Segundo amigos próximos, ele sofreu um infarto na noite de quarta (3), foi levado ao hospital, mas não resistiu após uma nova parada cardíaca.
Balona foi o terceiro artista a gravar “Garota de Ipanema”, clássico de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, e ao longo da carreira acompanhou grandes nomes da música brasileira, como Jair Rodrigues, Dorival Caymmi, Cauby Peixoto e Elizeth Cardoso.

Trajetória musical
Nascido em Visconde do Rio Branco (MG) em 17 de dezembro de 1938, Célio Balona Passos herdou a paixão pela música da família. Seu pai, Lourival Passos, teve composições gravadas por Luiz Gonzaga, enquanto sua mãe, Maria Balona Passos, era costureira.
Aos 16 anos, iniciou a carreira profissional e, na década de 1960, formou seu primeiro grupo ao lado de Nivaldo Ornelase Wagner Tiso. Multi-instrumentista, tocava piano, acordeon, vibrafone e teclado, explorando estilos que iam do jazz à bossa nova.
Entre os anos 1980 e 1990, viveu em Florianópolis, onde compôs trilhas sonoras para cinema, dança e televisão. Mais tarde, retornou a Belo Horizonte, onde seguiu atuando como músico de estúdio e se consolidou como figura central da cena cultural mineira.
Discografia e legado
Sua discografia inclui álbuns como “Música 18 Kilates” (1962), “Balona Espetacular” (1966), “Garota de Ipanema” (1976), “Batuquerê” (1992) e “Trilhas” (2005). Também assinou trilhas sonoras de filmes, como Madre Paulina (1991) e Alumbramentos (2002).
Colegas de carreira lamentaram a perda. O músico Tino Gomes escreveu nas redes sociais:
“A música hoje perdeu um artista espetacular, Célio Balona. Tenho uma gratidão imensa por tudo que ele fez pela música e pela contribuição ao meu trabalho nesses 50 anos de carreira.”
Até o momento, não foram divulgadas informações sobre o velório e o sepultamento.