O parcelamento no cartão de crédito, muitas vezes visto como vilão das finanças pessoais, pode se tornar um aliado do consumidor em determinadas situações. Segundo a jornalista Nathalia Arcuri, especialista em educação financeira, pagar em parcelas sem juros pode ser mais vantajoso do que quitar à vista, especialmente quando não há desconto para pagamento imediato e o comprador já possui o dinheiro disponível.
A lógica é simples: o consumidor leva o produto na hora, mantém o capital investido e, ao longo do período, acumula rendimentos financeiros.
De acordo com os especialistas, a estratégia funciona melhor em compras planejadas. Se o preço à vista é o mesmo do parcelado, vale optar pelas prestações e aplicar o dinheiro reservado em um investimento seguro, como CDBs ou Tesouro Selic. Dessa forma, é possível obter um ganho financeiro enquanto se cumpre o pagamento.
No entanto, o alerta é claro: o risco não está no parcelamento em si, mas no acúmulo de prestações. Uma chapinha em 10 vezes de R$ 19,90, somada a um perfume em 10 vezes de R$ 25 e a um eletrodoméstico em 12 vezes de R$ 89,90, pode comprometer o orçamento mensal sem que o consumidor perceba.
O segredo está no planejamento
Antes de escolher entre parcelar ou pagar à vista, especialistas recomendam avaliar três pontos: se a compra é realmente necessária, se há desconto no pagamento imediato e se o orçamento suporta as parcelas sem comprometer outras despesas.
Assim, o parcelamento sem juros pode deixar de ser inimigo e se tornar uma ferramenta de estratégia financeira — desde que usado com consciência.
Quando pagar à vista é melhor
O pagamento à vista continua sendo a opção mais segura para quem busca controle financeiro. Segundo o blog Riconnect, a principal vantagem é eliminar qualquer risco de endividamento. Além disso, muitas lojas oferecem descontos significativos para pagamentos imediatos, o que aumenta a economia.
Outro fator a considerar é o histórico das taxas de juros no Brasil: em 2017, o cheque especial chegou a 371% ao ano e o rotativo do cartão a 397% a.a., evidenciando o perigo de cair em dívidas.