Enquanto muitas doenças ganham destaque em campanhas de saúde, a insuficiência cardíaca (IC) ainda avança de forma silenciosa no Brasil. Essa síndrome, que representa a incapacidade do coração de bombear sangue adequadamente, é responsável por mais de 200 mil internações anuais e cerca de 30 mil mortes diretas, segundo o DataSUS.
Apesar da gravidade, muitas pessoas desconhecem os primeiros sinais da doença, o que retarda o diagnóstico e dificulta o tratamento.
Um dos indícios mais visíveis é o inchaço nos pés, tornozelos e pernas. Esse edema acontece porque o sangue não circula de forma eficiente e acaba se acumulando nos membros inferiores. Diferente do inchaço passageiro, ele não melhora com o repouso e pode deixar marcas quando a pele é pressionada.
Outros sintomas típicos são falta de ar aos mínimos esforços, cansaço extremo e ganho rápido de peso por retenção de líquidos. Segundo cardiologistas, ignorar esses sinais pode ser arriscado, já que a insuficiência cardíaca é uma doença progressiva e tende a piorar com o tempo.
Impacto na vida e no sistema de saúde
Além de reduzir a qualidade de vida, limitando tarefas cotidianas, a IC traz sérias consequências econômicas. Só em hospitalizações, o custo anual ultrapassa R$ 1 bilhão no SUS. Nos casos mais avançados, muitos pacientes dependem de tecnologias como marca-passos especiais, desfibriladores ou até transplantes de coração.
Estudos mostram que a expectativa de vida de pacientes com insuficiência cardíaca avançada pode ser menor do que a de vários tipos de câncer, com mortalidade superior a 50% em cinco anos após o diagnóstico.
Prevenção é possível
A boa notícia é que mais de 70% dos casos são evitáveis. Hipertensão não controlada, diabetes, tabagismo, obesidade e sedentarismo estão entre os principais fatores de risco. Especialistas reforçam a importância de manter hábitos saudáveis, controlar a pressão arterial e procurar atendimento médico diante de qualquer sinal de alerta.
Apesar de não ter cura, a insuficiência cardíaca pode ser estabilizada com medicamentos, acompanhamento médico e mudanças no estilo de vida. O diagnóstico precoce faz toda a diferença.