O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) voltou a causar polêmica ao comentar a condenação de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no Supremo Tribunal Federal (STF). Em publicação nas redes sociais nesta sexta-feira (12), o filho 02 atribuiu a responsabilidade pela sentença ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do governo.
“Parabéns pelo que fez na história brasileira, Mauro Cid!”, escreveu o parlamentar no X (antigo Twitter). A mensagem foi interpretada como uma crítica direta à delação premiada feita pelo militar, considerada decisiva no processo.
Mauro Cid foi um dos homens de maior confiança de Bolsonaro no Planalto. Além de acompanhá-lo em viagens, também esteve ao lado do ex-presidente durante a estadia nos Estados Unidos após o fim do mandato. Investigado por sua participação em fraudes nos cartões de vacinação e na tentativa de venda ilegal de joias recebidas pelo governo, o tenente-coronel acabou preso.
A delação firmada por Cid foi fundamental para a Procuradoria-Geral da República (PGR) sustentar a acusação de que Bolsonaro liderava uma trama para abolir violentamente o Estado Democrático de Direito e tentar um golpe de Estado. Por colaborar, o militar recebeu uma pena branda de dois anos em regime aberto.
Condenação histórica
A Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão em regime fechado, além de outros sete réus do chamado “núcleo crucial” da conspiração. Entre eles, Alexandre Ramagem (16 anos), Walter Braga Netto (26 anos e 6 meses) e o próprio Cid.
Bolsonaro foi responsabilizado por cinco crimes: organização criminosa, tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano ao patrimônio público e deterioração de patrimônio tombado.
O início do cumprimento das penas depende da publicação do acórdão e da análise de recursos das defesas.
Repercussão política
Aliados de Mauro Cid reagiram à fala de Carlos. Segundo informações da jornalista Andréia Sadi, interlocutores do militar afirmam que o verdadeiro responsável pela crise foi o próprio Bolsonaro. Eles alegam que Cid teria “relutado muito” antes de aceitar a delação, pois sempre nutriu admiração e lealdade ao ex-presidente.
Enquanto isso, Carlos Bolsonaro deve intensificar sua atuação política nos próximos meses. Ele é cotado para disputar uma vaga no Senado por Santa Catarina em 2026, ampliando o campo de influência da família Bolsonaro no cenário nacional.