No filme “Ela” (2013), um escritor solitário se apaixona por uma inteligência artificial que funciona como o sistema operacional do seu computador. Mais de dez anos depois, essa história romântica entre uma pessoa e uma IA parece mais atual do que nunca. De acordo com uma matéria do O Globo, um relatório do Instituto Wheatley, da Universidade Brigham Young, revelou que quase 1 a cada 5 adultos dos Estados Unidos já tinham conversado com um chat de inteligência artificial simulando uma conversa romântica.
A pesquisa entrevistou três mil estadunidenses para entender melhor como eles usam a tecnologia de IA para fins de romance e sexo. 1 a cada 10 entrevistados admitiram que usam a IA para fins sexuais, como masturbação durante uma conversa com o chat ou para ver imagens sexuais geradas pela ferramenta.
Outra “descoberta” do estudo é que homens têm mais chance de consumir pornografia criada por IA. Entre homens e mulheres mais jovens, as chances são de 27% a 12%. Entre os mais velhos, elas são de 12% para os homens e 4% para mulheres.
“A principal conclusão do nosso estudo exploratório é que o engajamento com tecnologias de IA criadas para simular parceiros românticos, assim como o consumo de imagens idealizadas e sexualizadas de homens e mulheres online, é maior e mais difundido do que muitos imaginam, especialmente entre jovens adultos”, afirma um dos autores do estudo, o professor Brian Willoughby, em comunicado oficial.
“Romance” com IA gera preocupações
De acordo com Jason Carroll, pesquisador no instituto e coautor do relatório, esse crescimento de relações “românticas” com IA é o “risco de aumentar expectativas irreais de relacionamentos, reduzir a prioridade de relações humanas reais e alimentar tendências já existentes de solidão”.