A NASA anunciou nesta semana um marco impressionante: já são 6.000 exoplanetas oficialmente confirmados pela agência espacial norte-americana. O número, que parecia impensável há três décadas, representa uma mudança de paradigma na forma como a humanidade observa o cosmos e busca compreender sua própria existência.
O primeiro exoplaneta foi identificado em 1992, orbitando um pulsar. Três anos depois, veio a descoberta do primeiro planeta em torno de uma estrela semelhante ao Sol. De lá para cá, missões como Kepler e TESS revolucionaram a astronomia, permitindo detectar mundos de diferentes tipos, tamanhos e atmosferas.
Em 2015, a NASA já celebrava mil exoplanetas confirmados. Em 2022, o número saltou para 5.000. Agora, o novo patamar reforça o avanço científico da chamada “era dos exoplanetas”.
Planetas estranhos e extremos
Os mundos encontrados até hoje são muito diferentes dos que conhecemos no Sistema Solar. Há os chamados “Júpiteres quentes”, gigantes gasosos que orbitam suas estrelas em poucos dias; planetas que completam uma volta em questão de horas; outros tão próximos de sua estrela que têm um lado sempre incandescente e outro eternamente gelado.
Alguns chegam a apresentar condições extremas, como temperaturas que derretem rochas, atmosferas tóxicas ou a possibilidade de chuvas de ferro. Outros, por sua vez, podem ser cobertos por oceanos ou ter densidade tão baixa que lembram isopor.
Mais de 8.000 candidatos aguardam confirmação
Além dos 6.000 planetas já reconhecidos, há cerca de 8.000 candidatos em análise. Confirmar cada um exige observações repetidas e detalhadas, trabalho que está sob responsabilidade do Instituto de Ciência de Exoplanetas da NASA (NExScI), no Instituto de Tecnologia da Califórnia.
A grande pergunta
Apesar da variedade de descobertas, a motivação central permanece a mesma: entender quão comuns são planetas parecidos com a Terra e, principalmente, se a vida poderia existir em algum deles.
“Cada planeta descoberto nos dá pistas sobre as condições que permitem sua formação e sobre onde devemos procurar por mundos semelhantes ao nosso”, destacou Dawn Gelino, diretora do Programa de Exploração de Exoplanetas da NASA.