O Ministério da Saúde anunciou que o Implanon, implante contraceptivo subdérmico, começa a ser disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Considerado um dos métodos mais eficazes do mundo, o dispositivo tem taxa de falha de apenas 0,05% ao ano — o que significa que menos de 1 em 2.000 usuárias engravidam no primeiro ano de uso.
Enquanto o Implanon quase elimina as chances de gravidez indesejada, a camisinha masculina, no uso perfeito, falha em cerca de 2% dos casos por ano. No entanto, no uso “realístico”, com erros comuns, a taxa de falha chega a 13% a 15% ao ano.
Apesar da diferença na eficácia, especialistas ressaltam que somente o preservativo protege contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), devendo seguir como método complementar.
Como funciona o implante
O Implanon é um pequeno bastão de plástico inserido sob a pele por médicos ou enfermeiros treinados. Ele libera continuamente etonogestrel, hormônio que impede a ovulação e dificulta a entrada dos espermatozoides.
O dispositivo tem duração de três anos e pode ser substituído imediatamente após a retirada. A fertilidade da mulher retorna rapidamente quando o implante é removido.
Distribuição e custos
Atualmente, o Implanon custa entre R$ 2 mil e R$ 4 mil na rede privada. No SUS, será gratuito. Até 2026, o governo prevê distribuir 1,8 milhão de implantes, sendo 500 mil já em 2025. O investimento é estimado em R$ 245 milhões.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a medida deve contribuir para reduzir a mortalidade materna no Brasil, em especial entre mulheres negras.
Um novo LARC no SUS
Entre os contraceptivos do SUS, apenas o DIU de cobre já era classificado como LARC (contraceptivo reversível de longa duração). Agora, o Implanon se junta ao grupo, oferecendo mais uma opção eficaz e de uso prolongado, sem depender de disciplina diária ou mensal da usuária.
Além do Implanon e do DIU, o SUS disponibiliza pílulas, injetáveis, laqueadura, vasectomia e preservativos — estes últimos, ainda indispensáveis para prevenção contra ISTs.