A Polícia Federal prendeu 11 pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa que atacava instituições financeiras para desviar valores por meio do Pix. O grupo, composto por dez homens e uma mulher com idades entre 22 e 46 anos, teria causado prejuízos de pelo menos R$ 1,2 bilhão em duas grandes invasões.
Na última sexta-feira (12/9), oito integrantes foram presos em flagrante em São Paulo, quando tentavam acessar o sistema da Caixa Econômica Federal com um computador subtraído de uma agência do Brás. A ação frustrou mais um ataque milionário.
As prisões em flagrante foram confirmadas pela Justiça Federal e convertidas em preventivas. Os acusados poderão responder por organização criminosa e tentativa de furto qualificado por meio eletrônico.
Quem são os presos
Entre os detidos estão profissionais de diferentes áreas — de desenvolvedor de software a corretor de criptomoedas, motorista de aplicativo, empresário, mecânico e até um estudante de medicina. Alguns já tinham passagem pela polícia por crimes como furto, estelionato, fraude e invasão de dispositivos eletrônicos.
Na ação mais recente, a PF confirmou a prisão de:
- José Elvis dos Anjos Silva
- Fernando Vieira da Silva
- Rafael Alves Loia
- Marcos Vinícius dos Santos
- Klayton Leandro Matos de Paulo
- Guilherme Marques Peixoto
- Nicollas Gabriel Pytlak
- Maicon Douglas de Souza Ribeiro Rocha
Outros três suspeitos já haviam sido detidos em operações anteriores, incluindo um corretor de criptomoedas do Pará, apontado como peça-chave na lavagem de dinheiro, e um hacker conhecido como “Snow”, acusado de ataques anteriores contra um hospital em Brasília.
Como agia o grupo
De acordo com as investigações, o grupo atacava empresas de tecnologia que fazem a ponte entre bancos e o Banco Central, como a C&M Software e a Sinqia Digital. Nessas invasões, criminosos movimentaram centenas de milhões de reais por meio do Pix.
Interceptações telefônicas revelam que, às vésperas de um ataque, um dos hackers alertou o operador de criptoativos a “trocar uns 300M” e “ficar on” para começar a “lavar” o dinheiro. Em apenas quatro dias, ele movimentou R$ 124 milhões em uma única carteira de criptomoeda.
Próximos passos
As apurações continuam para identificar outros envolvidos e possíveis cúmplices dentro das instituições financeiras. Para a PF, os suspeitos fazem parte de um grupo altamente organizado, com capacidade de realizar fraudes milionárias em escala nacional.
A defesa de alguns presos nega a participação nos crimes. A advogada Silvia de França Gonçalves, que representa Rafael Alves Loia e José Elvis dos Anjos Silva, afirmou à GloboNews que “não há indícios de autoria” contra seus clientes.