Odilon de Oliveira, juiz federal aposentado, enfrenta uma realidade complicada após mais de 20 anos de serviço no combate ao crime organizado na fronteira Brasil-Paraguai. Conhecido por condenar notórios traficantes, como Fernandinho Beira-Mar, Odilon diz viver sem escolta desde 2019, enfrentando ameaças contínuas.
A retirada da proteção pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi um divisor de águas na vida do juiz, tornando-o vulnerável à criminalidade que enfrentou durante sua carreira.
Desde que perdeu a escolta, Odilon busca na Justiça o restabelecimento de alguma forma de segurança, permitindo-lhe sair de casa, sob vigilância, três vezes por semana.
Repercussões do combate ao narcotráfico
Odilon construiu sua carreira na Justiça Federal em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, região estratégica para o tráfico na América do Sul. O combate implacável ao narcotráfico o tornou alvo constante de ameaças e ataques planejados por organizações criminosas.
Sua contribuição para a segurança pública implicou sacrifícios pessoais, colocando-o sob risco constante de retaliação.
Atualmente, a segurança dos servidores que atuam no combate ao crime organizado está em debate. Propostas em tramitação, como o Projeto de Lei Antimáfia e o PL 1307/2023, visam garantir proteção para esses profissionais mesmo após sua aposentadoria. Essas medidas buscam mitigar a vulnerabilidade enfrentada por aqueles como Odilon.
As requisições de Odilon por escolta ainda tramitam no CNJ e no Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Enquanto isso, ele permanece confinado em sua própria residência, aguardando uma resposta que ainda parece distante.
Em meio a esse cenário, a tramitação de projetos de lei que garantem proteção a ex-combatentes do crime organizado segue no Congresso Nacional.