A indústria de pneus no Brasil enfrenta um período de incertezas devido à possibilidade de aumento nas tarifas de importação de produtos chineses. Desde que a China se consolidou como uma potência industrial, seus pneus têm inundado o mercado brasileiro, pressionando os fabricantes locais.
A Câmara de Comércio Exterior (Camex) considera elevar a tarifa de importação para 35%, acima dos atuais 25%, para proteger a indústria nacional de práticas comerciais desleais. Isso pode aumentar os preços de pneus importados. A decisão final é esperada nas próximas semanas, enquanto consumidores e fabricantes aguardam ansiosamente as implicações dessa medida.
A presença crescente de marcas chinesas no Brasil deve-se, em parte, às tarifas de importação mais baixas. Em 2024, a Camex elevou a alíquota de importação para pneus de veículos de passeio para 25%, como resposta à concorrência com pneus especialmente da Ásia, incluindo Vietnã e Índia.
A importação de pneus chineses aumentou significativamente: a China foi responsável por 72% do total importado entre 2023 e 2024, com um volume recorde de 145.585 toneladas. Este fenômeno gerou grande preocupação entre os fabricantes locais, que pressionam por medidas de defesa urgente.
Impacto comercial
A indústria de pneus brasileira é composta por 11 fabricantes com 21 fábricas em sete estados, os quais enfrentam uma concorrência crescente com produtos importados a preços mais baixos. A pressão para elevar a tarifa de importação visa proteger esses fabricantes, evitando a desindustrialização e possíveis demissões.
Mesmo assim, muitos importadores e distribuidores alertam que esse aumento de taxas pode elevar o custo dos pneus para o consumidor final, impactando a competitividade dos preços.
Por outro lado, há preocupações crescentes sobre práticas desleais que incluem dumping, persistindo o risco de vendas de pneus a preços artificialmente baixos.