De tempos em tempos, aparecem tratamentos inusitados adotados pelos ricaços, como o esperma de salmão em procedimentos estéticos ou o uso de picadas de abelha como “preenchimento”. Um dos mais novos é uma cínica em Londres, na Inglaterra, que promete filtrar o sangue de microplásticos.
Criada pela atriz e filantropa Yael Cohen, a Clarify Clinics, em Londres, promete realizar essa filtragem de forma relativamente simples. Como explica matéria da Vogue, o paciente fica com duas cânulas conectadas às veias. Um aparelho retira o sangue, transfere ele para uma centrífuga que separa os glóbulos vermelhos e o plasma. Aí o plasma vai para um filtro com carvão ativado e outras substâncias, que promete deter as impurezas antes de devolvê-lo ao corpo. Esse procedimento levaria apenas cerca de duas horas e custa US$ 13 mil, o equivalente a quase R$ 70 mil.
A criadora da clínica, Yael Cohen, postou nas redes sociais um vídeo em que mostrou que se submeteu ao tratamento, que supostamente reduziu 90% dos microplásticos do seu sangue em uma única sessão.
Quais seriam as vantagens de filtrar o sangue?
De acordo com Cohen, que não tem formação médica, o procedimento rende resultados positivos em casos de covid longa, em pacientes com doenças autoimunes e até em retardar a progressão do Alzheimer.
Como você já pode imaginar, o procedimento não tem comprovação científica e não foi aprovado por órgãos reguladores de saúde, como a FDA (Food and Drug Administration), dos Estados Unidos.
Consultado pela Vogue Brasil, o hematologista Guilherme Perini, do Hospital Israelita Albert Einstein, explicou a maioria dos microplásticos nem estão realmente no sangue, e sim depositados em tecidos. “Então é possível que, se esse os impactos do procedimento existem, eles são mínimos”, afirma Perini.