Astrônomos anunciaram uma descoberta histórica: a primeira imagem direta de um planeta jovem com massa próxima à de Saturno. Batizado de TWA 7b, o corpo celeste orbita a estrela em formação TWA 7, a cerca de 111 anos-luz da Terra, na constelação de Hidra.
A captura só foi possível graças ao coronógrafo do telescópio James Webb, que bloqueia o brilho intenso da estrela, permitindo revelar objetos muito mais tênues ao redor. O planeta apareceu dentro de um dos três anéis de poeira que cercam TWA 7 — uma pista que já indicava a possibilidade de sua existência.
“Essas observações revelam um forte candidato a planeta moldando a estrutura do disco de detritos, exatamente onde esperávamos encontrar um corpo com essa massa”, explicou a pesquisadora Anne-Marie Lagrange, do Observatoire de Paris.
Um mundo jovem e frio
Segundo a análise inicial, o TWA 7b tem cerca de 30% da massa de Júpiter (equivalente a Saturno) e uma temperatura estimada de 47 °C. Trata-se do planeta mais leve já registrado por imagem direta fora do Sistema Solar.
O achado é particularmente importante porque nunca antes um planeta havia sido detectado de forma direta em meio a um disco de detritos, ambiente rico em poeira e rochas que indica os estágios iniciais da formação planetária.
Por que a descoberta importa
Para os cientistas, o TWA 7b pode oferecer as primeiras pistas observacionais de um “disco troiano” — regiões de poeira que seguem a órbita de um planeta. Além disso, reforça a capacidade do James Webb de explorar mundos pequenos e distantes, semelhantes em massa aos que existem no Sistema Solar.
“O Webb representa um salto significativo na compreensão da formação e da evolução de sistemas planetários, incluindo o nosso”, afirmou Mathilde Malin, da Johns Hopkins University.
Quem vive lá?
Apesar da empolgação científica, não há qualquer indício de vida no TWA 7b. O planeta é jovem, frio e gasoso, incapaz de abrigar organismos. Sua importância está em revelar como planetas surgem e interagem com o material ao redor de estrelas em formação.