Você toma uma taça de vinho tinto. Uma tacinha. Mas você já começa a sentir as bochechas vermelhas, a cabeça apertando e aquele cansaço danado batendo? Não, isso não quer dizer (pelo menos não necessariamente) que você está muito fraco para o álcool. Pode que você seja intolerante a uma substância presente nessa bebida: a histamina.
De acordo com texto do site de divulgação científica The Conversation, essa intolerância à histamina (lembrando, estamos falando de intolerância, não de alergia) é um distúrbio pouco conhecido, mas relativamente comum, afetando cerca de 10% da população em geral.
Carine, de 51 anos, apreciadora de vinhos da Borgonha, vinha notando há alguns anos que cada taça de vinho já era acompanhada por uma vermelhidão súbita no rosto, fadiga e dores de cabeça. O diagnóstico foi intolerância à histamina, “favorecida por um déficit parcial da enzima diamina oxidase (DAO)”, explica o site. Essa enzima é que elimina essa molécula no intestino.
Os principais sintomas dessa intolerância são:
- vermelhidão no rosto, ondas de calor;
- nariz entupido, espirros;
- urticária, coceira;
- dores de cabeça, enxaquecas;
- distúrbios digestivos (cólicas, diarreia);
- sonolência repentina, queda de pressão.
Para quem tem esse problema, além de evitar o vinho tinto, outra dica é fugir de combinar a bebida com outros alimentos ricos na substância, como queijos, embutidos e frutos do mar.
Histamina é um composto natural do vinho
Produzida pelo próprio corpo, a histamina é uma molécula que aparece muito em reações alérgicas, mas que também está presente em vários alimentos, principalmente os que passam por algum tipo de fermentação, como o vinho.
Os vinhos tintos passam pelo processo de fermentação malomática, que é o que favorece a produção de histamina nessa bebida. O vinho tinto pode ter até dez vezes mais histamina do que o branco.