O ex-ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da China, Tang Renjian, de 63 anos, foi condenado à morte neste domingo (28) após ser considerado culpado de corrupção. De acordo com o Tribunal Popular Intermediário de Changchun, na província de Jilin, o político recebeu 268 milhões de yuans (cerca de R$ 200 milhões) em subornos entre 2007 e 2024.
A sentença, no entanto, prevê um período de suspensão de dois anos. Caso Tang não cometa novas infrações nesse tempo, a pena pode ser comutada para prisão perpétua, com possibilidade de redução por bom comportamento.
Segundo a corte, Tang usou a influência em diferentes cargos públicos — incluindo o de governador da província de Gansu e o de ministro da Agricultura — para beneficiar indivíduos e empresas em contratos de obras, nomeações de cargos e facilitação de negócios.
Em troca, teria recebido somas milionárias em dinheiro e propriedades. A Justiça determinou ainda a perda de todos os direitos políticos do ex-ministro, além da confiscação integral de seus bens.

Campanha anticorrupção de Xi Jinping
A condenação faz parte da ampla campanha anticorrupção conduzida pelo presidente Xi Jinping, que já derrubou outros nomes de peso da política chinesa, como os ex-ministros da Defesa Li Shangfu e Wei Fenghe.
Críticos apontam que a estratégia também serve como instrumento de expurgo de rivais políticos, embora apoiadores defendam que as punições reforçam a transparência e o combate à corrupção no governo.
Circunstâncias atenuantes
Apesar da gravidade dos crimes, a Justiça considerou atenuantes no caso. Tang confessou os delitos, demonstrou arrependimento e colaborou com as investigações, entregando valores que ainda não haviam sido identificados pelas autoridades.
Mesmo assim, o tribunal classificou a quantia recebida como “extremamente elevada” e os danos causados como “graves prejuízos ao Estado e ao povo”, justificando a severidade da sentença.