A indústria dos videogames foi sacudida nesta segunda-feira (29) por uma transação bilionária sem precedentes. A Electronic Arts (EA), dona de sucessos como EA Sports FC, The Sims e Battlefield, anunciou que será adquirida por um consórcio formado pelo fundo soberano da Arábia Saudita (PIF), pela gestora Silver Lake e pela Affinity Partners, de Jared Kushner.
O valor do negócio é de US$ 55 bilhões (cerca de R$ 280 bilhões), o que o torna o maior leveraged buyout da história, modalidade em que boa parte do pagamento é financiada por empréstimos.
Com a compra, a EA deixará de ser uma empresa de capital aberto — suas ações, hoje listadas em Nova York, serão resgatadas a US$ 210 cada, 25% acima do valor de mercado mais recente.
O CEO Andrew Wilson continuará no comando e promete que a nova fase vai acelerar a inovação e expandir a presença global da companhia. “Juntos, vamos criar experiências transformadoras para inspirar gerações futuras”, disse em comunicado.

Preocupações no mercado
Apesar do entusiasmo, especialistas levantam dúvidas sobre os impactos do acordo. A operação será financiada em parte por US$ 20 bilhões de dívidas, que precisarão ser quitadas com as receitas de jogos de alto desempenho, como EA Sports FC e Madden NFL.
“Há receio de que essa pressão financeira limite investimentos em novos projetos e possa até levar a cortes na empresa”, afirmou Christopher Dring, analista da indústria de games.
A força da Arábia Saudita nos games
A aquisição reforça o avanço da Arábia Saudita no setor. O país já havia comprado a divisão de games da Niantic, responsável por Pokémon Go, e investiu bilhões em empresas como Nintendo e Take-Two Interactive. Também tem apostado em torneios internacionais de eSports e será sede dos Jogos Olímpicos de eSports em 2027.
Agora, com a EA em seu portfólio, o PIF consolida posição de destaque no entretenimento digital.
Impacto nos fãs
Para os jogadores, a principal dúvida é se franquias icônicas sofrerão mudanças. A EA garante que continua comprometida em expandir títulos de peso como EA Sports FC — sucessor da série Fifa, que já vendeu mais de 325 milhões de cópias — e The Sims.
No entanto, o temor é que a necessidade de retorno financeiro imediato afete a diversidade e a inovação dos próximos lançamentos.