O Chevrolet Omega marcou época no Brasil. Lançado em 1992, o sedã da General Motors se tornou rapidamente um ícone de sofisticação e desempenho. Foi carro de presidentes da República, executivos e empresários, um símbolo de poder nos anos 1990. O auge ocorreu em 1994, ano do Plano Real, quando o modelo era o sonho de consumo de quem buscava luxo e tecnologia — qualidades raras no mercado nacional da época.
O topo da linha era o Omega CD 3.0, versão importada da Europa e equipada com motor de seis cilindros em linha. Custava cerca de US$ 50 mil na época — o equivalente a R$ 400 mil em valores atualizados pela inflação. Ou seja, o mesmo que um carro premium zero quilômetro atualmente, como o BMW Série 3 ou o Mercedes-Benz Classe C.
Três décadas depois, o Omega voltou a ganhar destaque. A General Motors anunciou o Chevrolet Vintage, um projeto que combina restauração fiel e atualização tecnológica de modelos clássicos da marca. Entre os primeiros carros escolhidos estão o Omega CD 1994, o Monza 500 EF 1990, o Opala SS 1979 e a S10 Rally 2004.

Os veículos são reconstruídos com supervisão direta da engenharia da GM, em parceria com oficinas especializadas. Cada projeto leva pelo menos um ano para ser concluído e passa por testes de qualidade no Campo de Provas da Cruz Alta, em Indaiatuba (SP), o maior centro de validação automotiva da América do Sul.
O objetivo é preservar o legado da marca e oferecer aos colecionadores brasileiros uma oportunidade rara: adquirir exemplares originais com certificação oficial da própria Chevrolet. Parte da arrecadação dos leilões será revertida para projetos sociais do Instituto General Motors (IGM).
O Omega renasce com alma e motor europeu
O Omega CD 1994 restaurado é o destaque do projeto. O modelo recebeu o motor Irmscher 3.6, versão atualizada do clássico 3.0 importado, além de acabamento interno com bancos de veludo original — o mesmo tecido fornecido à GM nos anos 1990. Cada detalhe, do tom do zinco dos parafusos à textura da pintura, foi reproduzido com base em documentos e amostras do acervo histórico da montadora.

O resultado é um automóvel que mantém o charme original e incorpora tecnologias que o tornam mais eficiente e durável, no conceito conhecido como restomod — uma fusão de restauração (restoration) com modernização (modification).
“Os clássicos da Chevrolet ajudaram a escrever a história da indústria automotiva nacional e estão na memória afetiva de milhões de brasileiros”, afirmou Santiago Chamorro, presidente da GM América do Sul.