Pesquisadores da Universidade Internacional da Flórida (FIU), nos Estados Unidos, identificaram um marcador biológico potencialmente capaz de sinalizar o início do Alzheimer ainda nas fases iniciais, antes do aparecimento dos sintomas clínicos. O estudo, publicado na revista científica Acta Neuropathologica, investigou a proteína TSPO e seu papel nos primeiros estágios da doença, apontando caminhos para diagnósticos mais precoces.
Em experimentos com camundongos geneticamente modificados, os cientistas observaram níveis elevados de TSPO em animais com seis semanas de idade, que corresponde a aproximadamente 18 a 20 anos em humanos. A elevação da proteína foi registrada no subículo, área cerebral associada à formação de memórias.
A equipe também analisou amostras de tecido cerebral humano obtidas post-mortem de nove indivíduos portadores de uma mutação genética relacionada ao Alzheimer de início precoce, com manifestação entre os 30 e 40 anos.
Nesses casos, o mesmo padrão de aumento da TSPO foi identificado, reforçando a associação entre a proteína e os mecanismos iniciais da doença.
Aumento da proteína ocorre majoritariamente em células de defesa
Os dados também mostraram que o aumento da proteína ocorre majoritariamente nas células de defesa cerebral conhecidas como microglia, ativadas nas regiões onde se formam placas de beta-amiloide — estruturas associadas ao Alzheimer.
Em vez de eliminar essas placas, as células inflamadas produzem mais TSPO, perpetuando o processo inflamatório no tecido cerebral.