Existem vários benefícios médicos comprovados do extrato de cannabis (sim, a plantinha da maconha) e o planta já é usada para tratar vários problemas de saúde, como Mal de Parkinson, fibromialgia, epilepsia, entre outras questões. Mas você sabia que ela também pode ajudar com a sua dor nas costas, mais especificamente com a dor lombar crônica?
Uma pesquisa publicada na revista Nature Medicine detalha os resultados de um ensaio clínico, em que pela primeira vez um extrato de cannabis chamado VER-01 se mostrou eficiente e seguro em tratar a dor lombar crônica. Esse extrato foi desenvolvido para fins médicos, seguindo critérios de dose e pureza (então não adianta tentar fazer em casa…).
Extrato de cannabis ajuda a tratar dor lombar crônica
De acordo com matéria da Superinteressante, o estudo contou com 820 pacientes na Alemanha e na Áustria, que sofriam com essa dor nas costas há mais de três meses e que já tinham recebido tratamento com analgésicos comuns não-opioides, mas sem resultado. Durante 12 semanas, parte dos pacientes receberam o extrato e parte, o placebo.
Depois desse período, os pacientes foram questionados sobre a redução da dor em uma escala de 0 a 10. Os que receberam o extrato relataram uma redução média de 1,9 pontos, contra 1,4 pontos do grupo placebo. Nos pacientes que continuaram usando o extrato por mais seis meses, a redução chegou a 2,9 pontos.
Em entrevista para a New Scientist, um dos responsáveis pelo ensaio, Winfried Meissner, do Hospital Universitário de Jena, explicou que, mesmo uma redução relativamente pequena, já ajuda o paciente a voltar a se exercitar e a ter uma qualidade melhor do sono. Os benefícios foram mais evidentes em pessoas com dor originada por danos nos nervos.
Outra vantagem do tratamento com o extrato de cannabis é que os pacientes não demonstraram sinais de dependência, abstinência ou necessidade de aumentar as doses, um problema comum com os opioides, outra classe de medicamentos muito usada para tratar dores crônicas.
“Num mundo onde se afirma que a cannabis trata tudo, pelo menos aqui temos um ensaio clínico randomizado mostrando eficácia real para a dor. Isso é uma notícia maravilhosa”, declarou uma das participantes do estudo, Marta Di Forti, do King’s College London, à New Scientist.