Milhares de brasileiros com carteira assinada (CLT) estão recebendo até R$ 300 mensais do governo federal por meio do Bolsa Família. O benefício, pago pela Caixa Econômica Federal, continua sendo concedido mesmo a quem conseguiu um emprego formal recentemente — desde que a renda por pessoa na família não ultrapasse os limites de elegibilidade do programa.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), a quantia está sendo liberada de forma automática, sem necessidade de novos cadastros, e segue o mesmo calendário dos demais benefícios sociais. Ao longo de um ano, o valor pode chegar a R$ 3.600, funcionando como um complemento de renda essencial para milhões de famílias.
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, reforçou que ter um emprego formal não é motivo para perder o Bolsa Família, desde que a renda familiar se mantenha dentro do limite previsto pelo programa.
“Quando alguém assina a carteira de trabalho, isso não é motivo — por si só — para cancelar o benefício. O objetivo é alcançar a superação da pobreza”, afirmou Dias, em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro.
O Bolsa Família é voltado para famílias com renda per capita de até R$ 218,00. Assim, por exemplo, uma família de quatro pessoas com renda total inferior a R$ 872,00 pode continuar recebendo o auxílio, mesmo que um dos membros tenha carteira assinada.
Regra de proteção mantém o benefício por até dois anos
Desde junho de 2023, o governo implementou a chamada “regra de proteção”, que permite que famílias que melhoraram sua renda — mas ainda não superaram completamente a vulnerabilidade — continuem recebendo 50% do valor do Bolsa Família por até 24 meses.
Essa regra vale para famílias cuja renda per capita subiu para até meio salário mínimo (R$ 759). Caso a renda volte a cair abaixo do limite de R$ 218,00 por pessoa, o benefício integral é restabelecido automaticamente.
Segundo o MDS, 7 milhões de brasileiros atualmente trabalham e continuam recebendo o Bolsa Família:
- 4 milhões recebem o valor integral;
- 3 milhões estão sob a regra de proteção e recebem metade do benefício.
Inclusão produtiva e redução do desemprego
O governo tem celebrado o impacto social e econômico do programa. Dados do MDS mostram que, apenas em fevereiro de 2025, foram criados 431.995 empregos formais no país — e 40% dessas vagas foram ocupadas por beneficiários do Bolsa Família.
O ministro Wellington Dias destacou que o foco do programa é estimular a autonomia financeira das famílias, sem que elas percam o apoio de forma abrupta.
“O Bolsa Família é uma ponte. Ele garante segurança mínima enquanto a família se estrutura e conquista estabilidade no mercado de trabalho”, explicou.
Como funciona o benefício hoje
Atualmente, o valor base do Bolsa Família é de R$ 600 por família, com acréscimos de R$ 150 por criança de até 6 anos e R$ 50 por gestante ou dependente de 7 a 18 anos.
Os pagamentos são feitos pela Caixa Econômica Federal, de acordo com o calendário do Número de Identificação Social (NIS).
Para continuar recebendo, é necessário:
- Manter o Cadastro Único (CadÚnico) atualizado;
- Cumprir as condicionalidades de saúde e educação, como vacinação e frequência escolar das crianças.