Como você pode imaginar, qualquer tipo de preconceito dentro do ambiente de trabalho pode gerar um processo de danos morais, incluindo-se aí a xenofobia, preconceito contra “estrangeiros” ou pessoas consideradas estranhas. Lembrando que a xenofobia pode ser praticada entre pessoas do mesmo país, de regiões diferentes, por exemplo.
Recentemente, uma empresa foi condenada por decisão da 5ª vara do Trabalho de Santo André/SP. a indenizar um funcionário em R$ 5 mil por danos morais. De acordo com o site Migalhas, a condenação foi porque o trabalhador foi exposto a “situações consideradas humilhantes e vexatórias, incluindo manifestações de cunho xenófobo”.
A situação começou quando um cliente voltou ao estabelecimento para reclamar de um produto que ele tinha adquirido com o funcionário vítima de xenofobia. O proprietário responsabilizou o empregado e afirmou que ele era “um nordestino porco que realiza esse serviço” na frente de outros clientes e funcionários.
Uma testemunha confirmou que o chefe tinha se referido à vítima como “burro” e declarado que “nordestino deixa tudo zoneado”.
Nordestinos estão entre as principais vítimas de xenofobia no Brasil
Os habitantes da região são os principais alvos de xenofobia no país, principalmente vindas das regiões Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste, que enxergam essas regiões como o “Brasil de verdade” enquanto o Nordeste e o Norte seriam “as margens”. Como destaca matéria da BBC, o estereótipo da região Nordeste como um local resumido em seca e fome segue presente em muito produtos culturais, como a recente novela da Globo No Rancho Fundo.
“A história mostra que a ideia de diminuir o Nordeste fazia parte de um projeto para enaltecer o sul. Você criava um contraponto e assim se firmava como o centro, o eixo, como quem dá as cartas”, comentou o jornalista Octávio Santiago, natural do Rio Grande do Norte, à BBC.