O novo filme da franquia japonesa Demon Slayer está no centro de uma polêmica no Brasil. O longa “Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba – Castelo Infinito”, que estreou recentemente nos cinemas, foi classificado como “não recomendado para menores de 18 anos” pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). A decisão surpreendeu fãs e frustrou adolescentes que aguardavam ansiosamente pelo lançamento.
A Sony Pictures, distribuidora oficial do filme no país, chegou a recorrer da decisão, pedindo uma reclassificação para maiores de 14 anos, como nas produções anteriores da saga. O pedido, porém, foi negado pelo órgão federal no despacho publicado em 8 de setembro de 2025.
De acordo com o parecer técnico do Ministério da Justiça, a decisão se baseou na intensidade e frequência de cenas de violência explícita. O relatório aponta a presença de:
- Morte intencional;
- Mutilação;
- Suicídio;
- Tortura;
- Violência gratuita ou banalização da violência;
- Conteúdos de medo e temas sensíveis.
O documento destaca ainda “altos níveis de armas com violência, lesão corporal, presença de sangue e mutilação”, o que agravou a classificação. O Ministério afirmou que, apesar de o filme conter “apologia à violência atenuada por contraponto”, a composição das cenas e o realismo gráfico tornam o conteúdo inadequado para o público infanto-juvenil.
O que a proibição significa na prática
Com a nova classificação, o filme não pode ser exibido para menores de 18 anos, nem mesmo acompanhados dos pais ou responsáveis — algo que antes era permitido para obras com classificação até 16 anos.
Apenas adolescentes com 16 ou 17 anos poderão assistir ao longa se apresentarem um termo de responsabilidade assinado por um responsável legal, junto com documento de identificação.
A medida gerou confusão em diversas cidades brasileiras: muitos pais relataram ter sido impedidos de entrar nas sessões com os filhos, mesmo com ingressos comprados antecipadamente.
Reação dos fãs e impacto nas bilheterias
O veto gerou forte repercussão nas redes sociais. Fãs brasileiros da franquia, composta majoritariamente por jovens e adolescentes, criticaram a decisão e apontaram o contraste com a classificação em outros países, onde o filme recebeu faixa etária entre 14 e 16 anos.
Apesar da restrição, Demon Slayer: Castelo Infinito continua sendo um fenômeno de bilheteria. No Japão, o filme já arrecadou mais de 31,7 bilhões de ienes, tornando-se a segunda maior bilheteria da história do país — atrás apenas de Demon Slayer: Mugen Train (2020), que também lidera o ranking mundial entre as produções japonesas mais assistidas.
Demon Slayer
Inspirado no mangá de Koyoharu Gotouge, Demon Slayer acompanha Tanjiro Kamado, um jovem que se torna caçador de demônios após sua família ser dizimada por essas criaturas. A saga combina dramas humanos, batalhas intensas e lições de coragem e superação, elementos que ajudaram a transformar a franquia em um dos maiores sucessos da história da animação japonesa.
Mesmo com a restrição, o título continua atraindo o público adulto e mantendo seu status de marco cultural global — agora, com o peso de ser um dos raros “desenhos” proibidos para menores no Brasil.