O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que brasileiros com renda de até R$ 5.000 mensais não se enquadram mais na classe média, durante um evento em São Paulo nesta sexta-feira, 10 de outubro. Neste evento, foi anunciado um novo modelo de crédito habitacional direcionado a ampliar o acesso à moradia para famílias de renda média.
Lula justificou a redefinição ressaltando que as mudanças econômicas e as reformas tributárias impactam o poder de compra da população.
O conceito de classe média passou por uma atualização. As novas diretrizes classificam a classe média baixa como rendimentos entre R$ 3.500 e R$ 8.300, enquanto a classe média alta abrange rendimentos de R$ 8.300 a R$ 26.000.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rendimento médio no país é de R$ 3.457, abaixo do limite de isenção do Imposto de Renda de R$ 5.000. Este ajuste tem o objetivo de alinhar a classificação socioeconômica à realidade financeira da população.
Mudanças no crédito habitacional
Visando melhorar o acesso ao financiamento imobiliário, o governo lançou um novo modelo que maximiza o uso da poupança nacional. O limite de financiamento pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) subiu de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.
A transição para este modelo está prevista para ser concluída até janeiro de 2027, beneficiando setores como a construção civil e o mercado de trabalho.
Durante a apresentação, Lula expressou descontentamento com a atuação do Congresso, que, segundo ele, não facilita a implementação de políticas sociais. A rejeição de medidas provisórias sobre a taxação de investimentos financeiros destaca a tensão entre os poderes Executivo e Legislativo, complicando a viabilização dessas políticas.