O dólar teve um dia de forte valorização no Brasil nesta terça-feira (14), acompanhando o movimento global de alta da moeda norte-americana em meio à reaceleração das tensões comerciais entre Estados Unidos e China.
Às 11h40, o dólar à vista era negociado a R$ 5,495, com alta de 0,60%. Na B3, o contrato futuro para novembro avançava 0,77%, cotado a R$ 5,527. No fechamento do dia, a moeda norte-americana encerrou a sessão em R$ 5,470, um avanço de 0,14% em relação à véspera.
No cenário internacional, investidores buscaram ativos considerados mais seguros, como dólar, ouro e Treasuries, diante do aumento das incertezas entre as duas maiores economias do mundo.
Os dois países iniciaram nesta terça novas taxas portuárias sobre o transporte marítimo, reacendendo o temor de uma escalada na guerra comercial. Além disso, o presidente norte-americano Donald Trump afirmou que avalia encerrar negócios com a China nos setores de óleo de cozinha e soja, após ameaçar, na última sexta (10), impor tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses.
Declarações do Fed influenciam os mercados
Outro fator que pressionou o câmbio foi o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que indicou que o banco central norte-americano pode estar próximo de encerrar o processo de aperto quantitativo (QT) — programa que reduz o volume de ativos mantidos pela instituição.
Powell afirmou que as condições de liquidez nos mercados estão ficando mais restritivas e que o Fed deve adotar uma abordagem “reunião por reunião” em relação a novos cortes de juros.
Segundo o CME FedWatch, há 96,7% de chance de o banco central reduzir a taxa básica de juros na próxima reunião, marcada para 29 de outubro.
Efeito no Brasil
No Brasil, as atenções também se voltaram para as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o que trouxe volatilidade adicional ao mercado de câmbio.
Os dados econômicos domésticos tiveram pouca influência no pregão. O IBGE divulgou que o volume de serviços cresceu 0,1% em agosto, o sétimo resultado positivo seguido, mas o mais fraco desde setembro de 2022.
Dólar comercial e turismo
- Dólar comercial:
- Compra: R$ 5,495
- Venda: R$ 5,495
- Dólar turismo:
- Compra: R$ 5,533
- Venda: R$ 5,713
O movimento reflete o clima de cautela global e a postura mais defensiva dos investidores, que devem continuar acompanhando de perto as relações comerciais entre EUA e China e os rumos da política monetária norte-americana nas próximas semanas.