Uma das aves mais raras do planeta, o tacaé-do-sul — também conhecido como takahē — surpreendeu a comunidade científica ao voltar a habitar seu ambiente natural na Nova Zelândia. O animal, considerado extinto desde o século XIX, foi redescoberto em 1948 nas montanhas de Murchison e, desde então, tornou-se símbolo de um dos maiores sucessos de conservação da história moderna.
Hoje, estima-se que existam cerca de 500 indivíduos vivendo em liberdade, graças a décadas de esforços coordenados de reprodução em cativeiro, criação de santuários e controle rigoroso de predadores invasores, como furões, ratos e gatos selvagens.
O tacaé-do-sul é uma ave não voadora de corpo arredondado, plumagem azul-esverdeada e bico vermelho intenso — características que o tornam uma das espécies mais emblemáticas da fauna neozelandesa.

Declarado extinto oficialmente em 1898, o pássaro sobreviveu isolado em áreas montanhosas remotas da Ilha Sul. Sua redescoberta em 1948 impulsionou uma série de programas de conservação que hoje são referência mundial.
Em agosto de 2023, 18 novos exemplares foram reintroduzidos no Vale de Greenstone, região onde a espécie não era vista há mais de 100 anos. No início deste ano, mais dez aves se juntaram ao grupo, formando uma nova colônia que já começou a se reproduzir naturalmente.
“Tem sido maravilhoso ver como os tacaés se adaptaram ao novo habitat, com ninhos bem-sucedidos e filhotes saudáveis”, disse Gail Thompson, representante da tribo indígena Ngāi Tahu no Grupo de Recuperação do Takahē.
Cuidado desde o nascimento
Antes de serem libertos, os ovos dos tacaés foram incubados artificialmente para evitar ataques de predadores. Os filhotes, por sua vez, foram alimentados por pesquisadores usando fantoches com bicos vermelhos, de modo a não se acostumarem à presença humana.
A fase seguinte envolveu a adaptação em santuários insulares protegidos, onde as aves puderam se reproduzir em segurança até estarem prontas para retornar à natureza.
De acordo com o Departamento de Conservação da Nova Zelândia, a população cresce cerca de 8% ao ano, resultado de um trabalho que combina ciência, tecnologia e tradição local.