A descoberta de um antigo poço no leste da Croácia revelou um capítulo marcante da história romana. Durante escavações arqueológicas em Osijek, anteriormente conhecida como Mursa, foram encontrados esqueletos de soldados romanos.
Estima-se que esses homens tenham morrido na Batalha de Mursa, ocorrida em 260 d.C., um evento crucial durante a Crise do Terceiro Século do Império Romano.

O poço, identificado como “SU 233/234”, foi descoberto em 2011, durante a construção de uma nova biblioteca universitária. Os sete esqueletos estavam em posição desordenada, sugerindo um enterro urgente. A análise dos ossos confirmou ferimentos típicos de confrontos diretos, como cortes e perfurações, condizentes com a violência militar da época.
Contexto histórico e científico
Pesquisadores usaram datação por radiocarbono e uma moeda de 251 d.C. encontrada nos arredores, situando a morte dos soldados na segunda metade do século III. Esses dados corroboram a conexão com a Batalha de Mursa, onde tropas do imperador Galieno e rebeldes liderados por Ingenuus se enfrentaram.
Os traumas identificados são indicativos de combates intensos e contribuem para entender a brutalidade daquele período histórico.
Diversidade entre as Tropas
Análises genéticas dos restos mortais revelaram uma diversidade surpreendente. Os soldados não eram da população local, mas provinham de regiões como o norte da Europa e o Mediterrâneo oriental.
Essa variedade reflete a estratégia militar romana de incorporar soldados de diversos territórios, conforme exigências geopolíticas e militares da época.
As descobertas já publicadas na revista científica PLOS ONE abrem caminho para investigações adicionais na área. Outras sepulturas coletivas próximas aguçam a curiosidade acadêmica, com o potencial de revelar mais sobre as práticas militares romanas.