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Com ajuda da IA, um dos maiores nazistas da história acaba de ser descoberto

Por Pedro Silvini
21/10/2025
Em Geral
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Foto “O último judeu em Vinnytsia”

Foto “O último judeu em Vinnytsia” (Reprodução/Metropol)

O mundo acaba de descobrir a identidade de um dos homens por trás de uma das imagens mais emblemáticas e perturbadoras do Holocausto — graças à inteligência artificial.

A foto, conhecida há décadas como “O último judeu em Vinnytsia”, mostra um homem ajoelhado à beira de uma vala cheia de corpos, prestes a ser executado por um soldado nazista. A cena, registrada em 28 de julho de 1941 na cidade ucraniana de Berdychiv, se tornou um símbolo da brutalidade dos massacres na Europa Oriental durante a Segunda Guerra Mundial.

Agora, após mais de 80 anos, o historiador alemão Jürgen Matthäus, ex-diretor de pesquisa do Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, afirma ter identificado o autor do disparo: Jakobus Onnen, membro da SS, o braço armado do regime nazista.

Matthäus reuniu ao longo de anos uma combinação de pesquisa tradicional, colaboração internacional e tecnologia de ponta. Com a ajuda do grupo de jornalismo investigativo Bellingcat e de especialistas em IA, o historiador comparou a foto do crime com retratos de soldados da época.

A virada veio quando um leitor, um professor aposentado, entrou em contato dizendo reconhecer o soldado na foto como tio de sua esposa, que havia servido na Einsatzgruppe C, uma unidade responsável por assassinar dezenas de milhares de judeus na Ucrânia.

As fotos de família enviadas pelo leitor foram analisadas por softwares de reconhecimento facial, que indicaram uma compatibilidade de 99% com o homem da imagem.

“Os técnicos me disseram que, para uma foto histórica, é um nível de correspondência extraordinário”, explicou Matthäus à revista Zeitschrift für Geschichtswissenschaft, onde publicou o estudo.

De professor a assassino de massa

Jakobus Onnen nasceu em 1906, na vila de Tichelwarf, próxima à fronteira da Alemanha com a Holanda. Era professor de francês, inglês e educação física — um intelectual que, segundo Matthäus, foi gradualmente absorvido pela ideologia nazista durante seus estudos em Göttingen.

Em 1931, ingressou na SA, a milícia do Partido Nazista, e um ano depois, na SS, corporação que organizaria o extermínio em massa dos judeus. Em 1941, foi designado à Einsatzgruppe C, unidade que exterminou cerca de 100 mil pessoas, principalmente judeus, em solo ucraniano.

Software de reconhecimento foi usado para identificar o criminoso (Reprodução/Metropol)

Onnen morreu em combate em 1943, sem jamais ser investigado. Suas cartas de guerra foram destruídas pela família nos anos 1990, o que impediu por décadas a reconstrução de sua trajetória.

Por muito tempo, acreditou-se que o massacre havia ocorrido em Vinnytsia, cidade vizinha de Berdychiv. Essa confusão foi corrigida em 2023, quando o Museu Memorial do Holocausto dos EUA recebeu os diários do soldado austríaco Walter Materna, que serviu na mesma região.

Em uma anotação datada de 28 de julho de 1941, Materna descreve a execução em massa de judeus e inclui uma cópia da famosa foto — com a legenda: “Execução de judeus pela SS na fortaleza de Berdychiv.”

A tecnologia a serviço da memória

O uso da IA na identificação de Onnen marca um novo capítulo para a historiografia do Holocausto. “A inteligência artificial não é uma solução milagrosa, mas um instrumento poderoso quando combinado com o olhar humano”, afirma Matthäus.

Para o historiador, o avanço é simbólico:

“Essa imagem deve ser tão importante quanto a do portão de Auschwitz. Ela mostra o assassinato em seu ato mais cru — a distância de um braço entre o algoz e a vítima.”

O assassino, o anônimo e o desafio da memória

Embora o rosto do executor tenha sido identificado, a vítima da foto continua sem nome — como milhões de outros judeus mortos no leste europeu. Matthäus e o pesquisador ucraniano Andrii Mahaletskyi trabalham agora para tentar descobrir sua identidade, usando registros soviéticos e novas ferramentas de IA.

Mais de 1 milhão de pessoas foram executadas a tiros pelas forças nazistas na antiga União Soviética — a maioria sem registro ou túmulo.

Pedro Silvini

Pedro Silvini

Jornalista em formação pela Universidade de Taubaté (UNITAU), colunista de conteúdo social e opinativo. Apaixonado por cinema, música, literatura e cultura regional.

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