A Estação Espacial Internacional (ISS) completou 25 anos de ocupação humana contínua neste domingo (2) — um marco histórico para a exploração espacial. Mas esse capítulo está chegando ao fim: a NASA já definiu o destino da estação, que será derrubada no Ponto Nemo, uma área remota do oceano Pacífico conhecida como o “cemitério das espaçonaves”.
Construída entre 1998 e 2011, a ISS é considerada uma das maiores realizações tecnológicas da história. O projeto foi conduzido em parceria por cinco agências espaciais — dos Estados Unidos (NASA), Rússia (Roscosmos), Japão (JAXA), Canadá (CSA) e Europa (ESA).
Desde a chegada da primeira tripulação, em 2 de novembro de 2000, a estação nunca ficou vazia: mais de 290 pessoas de 26 países já viveram e trabalharam ali, realizando milhares de experimentos científicos em áreas como medicina, biologia, física e engenharia.

Um símbolo de cooperação internacional
A ISS nasceu em meio ao fim da Guerra Fria e simbolizou um raro momento de união entre antigos rivais. O projeto original americano, chamado Freedom, ganhou força apenas após o colapso da União Soviética, em 1991, quando os EUA e a Rússia decidiram unir forças.
O resultado foi uma estrutura gigantesca — do tamanho de um campo de futebol — que passou a orbitar a Terra a cerca de 400 km de altitude, completando uma volta ao planeta a cada 90 minutos.
“Foi o maior projeto coletivo da história da humanidade”, resume a NASA.
Fim de uma era
Com o desgaste natural dos módulos e as tensões geopolíticas crescentes entre EUA e Rússia, a ISS se aproxima de sua aposentadoria definitiva.
A reentrada controlada na atmosfera está prevista para 2030, conduzida por uma cápsula Dragon, da SpaceX.
Durante o processo, a maior parte da estrutura se desintegrará na atmosfera, e apenas pequenos fragmentos cairão no oceano, perto do Ponto Nemo — um dos locais mais isolados do planeta, a mais de 2.600 km de qualquer continente.
O que vem depois
O fim da ISS não representa o fim da presença humana no espaço. A NASA e seus parceiros já planejam a estação Gateway, que ficará em órbita da Lua, dentro do programa Artemis, enquanto a Rússia e a China trabalham em um projeto conjunto de base lunar.
Mas, para muitos cientistas, a ISS será lembrada como um símbolo de esperança e colaboração global, um lembrete de que a humanidade é capaz de cooperar — mesmo em tempos turbulentos — quando o objetivo é algo maior do que as fronteiras terrestres.
			



