Uma passageira da British Airways relatou ter sido surpreendida por um spray de inseticida aplicado dentro do avião durante um voo de Londres para Roma. Em publicação nas redes sociais, Melissa Arana classificou o produto como “tóxico” e afirmou que jamais teria embarcado se soubesse da prática.
Segundo ela, um membro da tripulação admitiu estar insatisfeito por precisar aplicar o produto regularmente dentro da cabine. “Foi repugnante. E se alguém tivesse asma ou uma reação alérgica grave? Eles não pensaram na saúde dos passageiros”, escreveu.
A passageira também criticou a falta de aviso prévio, dizendo que a pulverização não foi informada no momento da compra da passagem. Embora a British Airways não destaque o procedimento durante a reserva, a empresa mantém em seu site uma página explicando as rotas sujeitas à aplicação e os produtos utilizados.
Medida é exigida por autoridades sanitárias internacionais
A prática, chamada de “disinsection”, é um procedimento sanitário internacional que consiste na pulverização de inseticidas sintéticos — geralmente Phenothrin ou Permethrin — dentro das aeronaves. O objetivo é eliminar mosquitos, moscas e baratas, prevenindo a disseminação de doenças transmitidas por vetores, como dengue, zika e malária.
A Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) autorizam o uso desses produtos em voos comerciais, especialmente em rotas que chegam a países com risco de surtos.
Itália reforçou regras em 2025
Em março deste ano, a Itália determinou novas regras sanitárias para voos que chegam de regiões com risco de transmissão de dengue. Por isso, mesmo que o Reino Unido não esteja entre essas áreas, a British Airways aplica o spray em todos os voos com destino ao território italiano, uma vez que as aeronaves podem ter sido utilizadas em outras rotas de risco.
Apesar de comum, o procedimento divide opiniões. Enquanto autoridades europeias e a OMS consideram a pulverização segura, agências norte-americanas como o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e a Agência de Proteção Ambiental (EPA) questionam a eficácia e alertam para possíveis riscos à saúde e ao meio ambiente.
Como a pulverização ocorre com as portas da aeronave fechadas, passageiros não podem recusar estar a bordo durante o processo. Companhias aéreas recomendam que pessoas com problemas respiratórios ou alergias cubram boca e nariz durante a aplicação.




