O apresentador Carlos Massa, o Ratinho, um dos comunicadores mais populares da televisão brasileira, pode se tornar uma das grandes apostas políticas para as eleições de 2026. Mesmo sem intenção declarada de disputar cargos públicos, o dono de um dos programas de maior audiência do SBT deverá desempenhar um papel de destaque na eventual campanha presidencial do filho, o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD).
Com mais de três décadas de carreira, Ratinho construiu uma relação direta e emocional com o público, formado principalmente por brasileiros das classes C, D e E. O tom popular, o improviso e o humor característicos de seu programa ajudam a manter uma audiência fiel e uma influência que vai muito além da televisão.
Essa capacidade de se comunicar com o eleitor comum é vista como um ativo político valioso para o filho, que ainda busca nacionalizar seu nome e conquistar o eleitorado popular — especialmente no Nordeste, uma região em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém forte influência.
Os empreendimentos se estendem também ao Paraguai, onde possui cidadania, e o apresentador já chegou a usar sua visibilidade para impulsionar projetos imobiliários próprios.
Apesar dessa projeção, Ratinho tem evitado se envolver diretamente na política. Em vídeo publicado nesta quinta-feira (6), ele negou rumores de que teria telefonado para o presidente Lula para informar que o filho não seria candidato. “Isso é mentira. Nunca mais falei com ele desde a entrevista no meu programa. Não me intrometo na vida política do meu filho”, afirmou.
Ratinho Junior entre o Planalto e o Paraná
Enquanto o pai se mantém fora do debate partidário, Ratinho Junior avalia seu futuro político. Cotado como uma das principais lideranças da direita moderada, o governador do Paraná estaria repensando uma candidatura ao Planalto. Fontes próximas afirmam que ele considera permanecer no cargo até o fim do mandato, priorizando a sucessão estadual e buscando conter o avanço do senador Sergio Moro (União Brasil), pré-candidato ao governo paranaense.
O recuo de Ratinho Junior teria reflexos nacionais, enfraquecendo o campo de centro-direita que tenta se viabilizar como alternativa à polarização entre lulismo e bolsonarismo. O governador é visto como um “plano B” do empresariado, especialmente do setor financeiro, que também aposta em Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, como nome competitivo da direita.




