A peste bubônica, conhecida na Idade Média como “peste negra”, voltou a chamar atenção do mundo após a confirmação de um caso nos Estados Unidos, no fim de agosto. O episódio reacendeu o debate sobre a reemergência de doenças que marcaram a história da humanidade e que, apesar de controladas, nunca desapareceram completamente.
Estima-se que, entre os séculos XIV e XV, a peste tenha causado a morte de 75 milhões a 200 milhões de pessoas em todo o planeta, configurando-se como a maior pandemia da história. Hoje, embora seja tratável com antibióticos, a infecção ainda representa risco, especialmente em regiões rurais ou em ambientes com precariedade sanitária.
De acordo com especialistas, o caso norte-americano não é isolado — a doença permanece endêmica em roedores silvestres, e situações de contato com animais infectados podem ocasionar novos registros humanos.
Doenças antigas que ainda estão entre nós
A peste bubônica não é a única enfermidade a reaparecer no século XXI. Condições como cólera, hanseníase e até o sarampo têm sido observadas novamente em diferentes regiões do mundo. Segundo infectologistas, esses surtos estão ligados a desigualdade social, mudanças ambientais e queda na cobertura vacinal.
Além disso, a evolução natural dos microrganismos e o aquecimento global contribuem para que doenças antes restritas a determinadas áreas migrem para novos territórios. O avanço da dengue em regiões do sul da Europa, por exemplo, é um reflexo direto do aumento das temperaturas e da expansão do mosquito transmissor.
Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) também confirmou mais de 1.300 casos de sarampo, o maior surto registrado no país em duas décadas — um cenário atribuído à redução das taxas de vacinação.
Erradicação ainda é exceção na história das epidemias
Apesar dos avanços científicos, especialistas ressaltam que erradicar totalmente uma doença é algo raro. O caso da varíola, eliminada em 1980, é considerado uma exceção. Outras enfermidades, como a poliomielite, continuam desafiando as autoridades de saúde global.
Segundo pesquisadores, a peste bubônica e outras infecções reemergentes ilustram a dificuldade de conter patógenos que persistem na natureza.




